Estados Unidos e Japão defrontam-se segunda-feira no jogo mais aguardado do Mundialito, meses depois de terem protagonizado uma das finais mais dramáticas da história do Mundial de futebol feminino e que terminou com a vitória das asiáticas.
No encontro decisivo do Mundial2011, que decorreu na Alemanha, a seleção norte-americana, clara favorita, esteve a poucos minutos de conquistar a competição pela terceira vez, mas as nipónicas chegaram milagrosamente ao empate e triunfaram no desempate por grandes penalidades.
''Foi duro, foi mesmo complicado, mas consegui ultrapassar isso porque sei que jogámos muito bem. Apresentámos nessa final o nosso melhor futebol'', lembrou a selecionadora dos Estados Unidos, Pia Sundhage, à Agência Lusa.
A experiente treinadora sueca, que está no comando das norte-americanas desde 2007, admitiu que ainda existe ''mágoa'' junto das jogadoras, mas está esperançada que isso possa ser usado de uma ''forma positiva'' no próximo confronto entre as duas equipas.
''Temos de seguir em frente. Estamos diferentes do que estávamos no Campeonato no Mundo'', disse.
A guarda-redes Hope Solo, uma das maiores figuras da seleção dos Estados Unidos, contou à Lusa que ainda não teve coragem para rever a partida disputada a 17 de julho, na Commerzbank Arena, em Frankfurt, mesmo após ter sido considerada a terceira melhor jogadora do torneio.
''Se o tentasse fazer, acho que ainda seria muito doloroso para mim. Foi um grande jogo para os adeptos, com muita emoção. Temos um grande respeito pela seleção japonesa e elas por nós. É uma rivalidade que não tem fronteiras e que também tem uma grande camaradagem, porque estamos a contribuir para a evolução do futebol feminino'', afirmou a número ''1'' norte-americana.
Com a vitória do Mundial, o Japão, que antes dessa competição nem estava incluída na lista dos principais favoritos à conquista do troféu, deu um salto no ranking da FIFA e já é vista como umas das maiores potências do futebol feminino.
''Já não penso muito nisso [no Mundial2011], mas quando o faço ainda acho incrível termos vencido e a forma como vencemos. Foi muito importante para o país e partir daí a seleção ganhou muita atenção'', referiu Homare Sawa, que foi nomeada a melhor jogadora da prova, vencendo mais tarde a Bola de Ouro da FIFA.
Sete meses depois, Estados Unidos e Japão, que estão em Portugal a preparar também a participação nos Jogos Olímpicos de Londres2012, voltam a defrontar-se, desta vez no Estádio do Algarve.
''Os Estados Unidos estão melhores e em excelentes condições. Estamos ansiosas para esse jogo. Espero que o Japão faça uma boa exibição e consiga voltar a dar uma boa imagem'', disse Sawa.
Do lado das norte-americanas, Pia Sundhage considerou que é ''sempre especial defrontar a melhor equipa do Mundo''.
''Gosto da forma de jogar do Japão, é uma equipa muito técnica e isso é interessante. Não temos que ganhar, temos é que jogar bem'', afirmou a treinadora.
Contudo, Hope Solo vai mais longe que a selecionadora norte-americana e admitiu que uma vitória teria ''um sabor especial''.
''Queremos sempre ganhar. Seja contra o Japão, seja contra outra equipa'', reforçou a guarda-redes, de 30 anos.
As duas seleções encontram-se segunda-feira, às 14:10, num jogo que irá decidir um dos finalistas da AlgarveCup2012. Os Estados Unidos venceram as duas últimas edições da competição lusa.