A seleção japonesa de futebol feminino continua a surpreender e hoje somou a primeira vitória (1-0) da sua história sobre os Estados Unidos, comprovando que a conquista do último Campeonato do Mundo não aconteceu por acaso.
No Estádio do Algarve, o Japão, que já tinha ultrapassado as norte-americanas na final do último Mundial, mas apenas através do desempate por grandes penalidades, voltou a espalhar o perfume do seu futebol, mesmo sem a sua estrela, a médio Homare Sawa, que ficou nas bancadas.
O tipo de jogo das japonesas faz muitas vezes lembrar o da seleção da Espanha que venceu o Euro e o Mundial de futebol masculino, com o máximo de dois, três toques na bola, passes curtos e simples, e uma concretização letal na altura de atirar à baliza.
As jogadoras nipónicas têm uma baixa estatura física (todas têm menos que 1,70 metros), mas disfarçam essa franqueza com uma velocidade estonteante durante os 90 minutos.
As japonesas não param um minuto. Aparecem no espaço livre para receber a bola, passam-na rapidamente e voltam a correr desalmadamente, sempre à procura da desmarcação. Um tipo de futebol que deixa as rivais muitas vezes desnorteadas e com a ''cabeça em água''.
Os lances de bola parada são também efetuados com o máximo rigor e detalhe. É raro um canto ou um livre que não crie algum perigo junto da baliza adversária.
Mesmo assim, os Estados Unidos, a maior potência mundial do futebol feminino, até estiveram melhor na partida e acabaram apenas por pecar na finalização.
As nipónicas bem suaram para parar Abby Wambach. A avançada norte-americana de 31 anos, com 1,80 metros e 75 quilos, é um verdadeiro poço de resistência e, em vários lances, ''atropelou'' ao mesmo tempo as defesas adversárias que, sem força para a impedir, foram ficando pelo caminho, estateladas no relvado, como se tratasse de um jogo de râguebi.
O único tento da partida aconteceu aos 84 minutos, através de um cabeceamento certeiro de Megumi Takase, na sequência de um pontapé de canto, como não podia deixar de ser.
A primeira vitória do Japão sobre os Estados Unidos deixa antever que estas duas seleções irão protagonizar uma rivalidade que promete aquecer o futebol feminino nas próximas décadas.
Este resultado qualifica pela primeira vez o Japão para a final do Mundialito, que decorre no Algarve, em que vai encontrar a Alemanha, segunda do ranking FIFA e, a jogar em ''casa'' no último Campeonato do Mundo, foi eliminada pelas nipónicas nos quartos de final.