O calendário das obras dos 12 estádios de futebol que serão remodelados ou integralmente construídos para o Mundial de 2014 está adiantado em 30 por cento, afirmou hoje o ministro brasileiro do Desporto, Aldo Rebelo, no Rio de Janeiro.
Rebelo afirmou que a ''imensa maioria das obras está adiantada, inclusive a do Rio de Janeiro'', contrariando as críticas do secretário-geral da FIFA de que de que o calendário está atrasado.
O ministro do Desporto está no Rio de Janeiro para visitar a remodelação do Maracanã, estádio que abrigará a final do Mundial em 2014, até agora o mais caro, no valor de 400 milhões de euros.
''A imensa maioria das obras está 30 por cento além do cronograma inicialmente previsto - Fortaleza, Salvador, Brasília e São Paulo, mesmo Porto Alegre que teve três meses de paralisação'', afirmou o ministro num encontro com a imprensa estrangeira no Rio de Janeiro.
Rebelo garantiu que não há riscos em relação às obras dos estádios para o Mundial. ''Vamos fazer o possível para que todas as obras fiquem prontas para o início da Copa'', enfatizou.
Preparar o Brasil para receber o campeonato mundial de futebol em 2014 não será barato. A previsão de gastos, feita em janeiro de 2010, estimava um custo de 2,4 mil milhões de euros. Contudo, o cálculo atual alcança a cifra de 3 mil milhões de euros.
O Mundial e os Jogos Olímpicos não envolvem apenas um elevado custo financeiro, mas também os custos sociais que implicam a ameaça de remoção forçada de cerca de 170 mil pessoas em todo o país para abrir espaço para as obras e construção de equipamentos desportivos.
Esta tem sido a maior preocupação dos chamados Comités Populares da Copa, que monitorizam a situação social de muitas famílias ameaçadas de despejo.
Segundo um dossiê recente lançado por estes comités, as remoções representam um flagrante desrespeito à legislação e aos compromissos internacionais assumidos pelo Brasil para a defesa dos direitos humanos.
Contudo, Aldo Rebelo rebateu o uso da expressão ''remoção forçada'', considerando-a ''inaceitável”.
“Há áreas que são desapropriadas não por causa da Copa”, mas devido a “obras de infraestrutura, ampliação de linhas de metro, construção de viadutos e de mobilidade importantes para as cidades'', declarou.
''A Copa e as Olimpíadas abrem uma grande expetativa de ampliação do desenvolvimento económico, científico, tecnológico e social do Brasil. Temos problemas que todos reconhecem, mas estes eventos oferecem oportunidades'', sublinhou.