A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) poderá assumir a dívida de 33 milhões de euros reclamada pelo Estado, relativa ao denominado “Totonegócio”, disse hoje à Lusa fonte da direção federativa.
A mesma fonte admitiu à Lusa que esta poderá ser uma das vias para solucionar o processo, mas a Direção federativa pretende ouvir primeiro a posição dos sócios ordinários, com os quais se reúne hoje tendo, entre outros “assuntos de relevância para o futebol português”, o “Totonegócio” na ordem de trabalhos.
No ponto principal da reunião está em causa a dívida de 33 milhões de euros reclamada pelo Estado, relativa ao “Totonegócio”, um acordo para o pagamento de dívidas fiscais anteriores a 1996, segundo o qual os clubes abdicavam dos 50 por cento das receitas do Totobola a que tinham direito, que reverteram para o Estado sob a forma de dação em pagamento.
Da dívida inicial de 54 milhões de euros, os clubes pagaram 21 milhões, através da cativação das receitas do Totobola e dos jogos sociais, ficando a faltar 33 milhões – destes, houve uma execução de 20 milhões em 2005, que ainda está por resolver nos tribunais, e outra de 13 milhões em maio de 2011.
Para a reunião de hoje à tarde, estão convocadas todas as associações distritais e regionais de futebol, a LPFP, as estruturas representativas de jogadores (SJPF), árbitros (APAF), treinadores (ANTF), enfermeiros e massagistas (ANDAF), médicos (AMEF) e dirigentes (ANDIF).
Além do “Totonegócio”, na reunião poderá ainda ser abordado o alargamento das Liga e Liga de Honra para 18 e 22 clubes, respetivamente, aprovado na Assembleia-Geral da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).
“No final do encontro, o presidente da FPF [Fernando Gomes] prestará declarações aos órgãos de comunicação social”, anunciou o organismo, no seu sítio oficial na Internet.