Os candidatos às eleições do Vitória de Guimarães disseram hoje esperar que o presidente demissionário, Macedo da Silva, pague os salários em atraso até ao final do mês.
Só na equipa de futebol, são já três os meses de salários em atraso, havendo também dívidas a saldar nas modalidades amadoras.
Júlio Mendes, líder da lista A, disse à agência Lusa estar, ''como qualquer vitoriano, bastante preocupado'' com a situação, lembrando que, ''no mínimo, o cenário de rescisões [de jogadores] já é possível''.
O candidato, que fez parte da direção de Macedo da Silva de março de 2010 a agosto de 2011, considera o ainda presidente ''um homem experiente, que tem contactos a vários níveis, tem ativos de valor e é a única pessoa, neste momento, com legitimidade para resolver o problema, pois nenhum dos candidatos o pode fazer''.
Mendes entende que Macedo da Silva ''tem uma responsabilidade muito grande sobre os ombros'', mas só admite ''o cenário de, até ao fim do mês, ele resolver os problemas que tem em mãos''.
Assegurou ainda que, consigo à frente da gestão do clube, com o novo modelo que propõe, uma SAD, não existirão ''cenários de salários em atraso''.
Júlio Mendes mostrou-se também preocupado com o destino de eventuais mais-valias no caso da venda de um jogador, pedindo ''critério'' à direção demissionária se isso vier a acontecer.
''Para fazer face a estas responsabilidades, muito provavelmente ele terá que fazer negócios com os ativos do clube e vai ter que usar os recursos que vai obter de modo criterioso, porque há muitas formas de o aplicar. Podem ser o bastante para apenas pagar salários ou podem ser mais do que o suficiente para pagar salários. O modo como vai fazer essa gestão tem que ser cuidado e tendo em vista a salvaguarda dos interesses do clube'', avisou.
Quando a direção se demitiu, ficou acordado que estas questões serão decididas numa reunião com a participação dos presidentes dos demais órgãos, mas Júlio Mendes disse não saber ''qual é a amplitude desse acordo, se tem só que ver com a aceitação de determinado negócio, se é um mero parecer ou é vinculativo''.
''Eu defendo que esse dinheiro deve ser usado de modo a que o Vitória tenha uma época tranquila até ao final da temporada. Essa tem que ser a primeira prioridade, e depois fazer face a outros problemas'', disse.
Já o candidato da lista B, Pinto Brasil, disse à Agência Lusa que ''o presidente demissionário deve estar a fazer tudo por tudo para pagar os salários em atraso''.
''Penso que o senhor Emílio Macedo da Silva deve estar a fazer esforços nesse sentido e acredito que ele vai pagar porque ele, como empresário, é uma pessoa de sucesso e não vai deixar mal as coisas'', afirmou.
Sobre os sucessivos atrasos no pagamento dos salários, Pinto Brasil mostrou-se compreensivo: ''sabe que quando estamos na mó de cima, somos os melhores do mundo, mas quando se está demissionário não é tão fácil arranjar as coisas como se tivesse no exercício normal das suas funções''.
''Ele não deve andar a brincar com a situação, nem terá disposição para brincadeiras, deve estar a levar ao assunto muito a sério, mas está a ter dificuldades que não tinha há dois ou três meses atrás. Só compreende esta situação quem anda na vida dos negócios'', disse.
As eleições no Vitória de Guimarães realizam-se a 31 de março.