Pedro Proença e Artur Soares Dias lamentaram hoje o “atentado à privacidade individual e familiar” provocado pela divulgação anónima de dados pessoais dos árbitros de futebol na Internet, que consideraram “um caso de polícia”.
Pedro Proença, homenageado na IX Gala do semanário “O Gaiense”, considerou a situação “nada agradável e autenticamente um caso de polícia”, pois “ultrapassou os limites da razoabilidade”.
“Apelo à calma e à tranquilidade, bem necessárias nesta fase crucial do campeonato”, disse o juiz da Associação de Futebol de Lisboa, considerando que “isto acontece porque o campeonato está competitivo como há muito não estava”.
Segundo Pedro Proença, “é mais fácil os dirigentes não assumirem as suas verdadeiras responsabilidades e assacar aos árbitros as responsabilidades dos erros na competição”.
“Há três equipas a disputar o primeiro lugar e isso provoca algum nervosismo aos dirigentes”, concluiu.
Artur Soares Dias, por sua vez, afirma que a divulgação dos dados pessoais dos árbitros “é muito grave”, justificando: “Sinto que a minha família está ameaçada e isso preocupa-me”.
“Não vou permitir que isso aconteça”, afirmou o árbitro da Associação de Futebol do Porto, que admite agir, pessoal ou em conjunto com os outros visados: “Está tudo em cima da mesa, pois isto é intolerável e inadmissível”.
Apelando ao “respeito pelos árbitros e pelas suas famílias”, Artur Soares Dias lamenta ainda que “o futebol português esteja a ser estragado”.
Porém, sob o ponto de vista desportivo, o árbitro portuense sublinha: “É um motivo de orgulho que o campeonato esteja este nível competitivo”.
Daí, “apesar de estar num ponto muito grave” no que diz respeito à arbitragem”, Artur Soares Dias está convicto: “Não deixarei de apitar”.