O presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) justificou hoje a não divulgação das nomeações para os jogos da 25.ª jornada das Ligas profissionais com as ameaças recebidas por vários árbitros na última semana.
À margem das II Jornadas de Direito e Desporto, Vítor Pereira admitiu que este ''secretismo'' se poderá repetir e considerou que a situação em torno dos árbitros é ''preocupante''.
''Não queremos os árbitros coagidos. Não podemos sentir que estão coagidos e com medo, enquanto pessoas. A dimensão é muito grave e está a atingir proporções muito preocupantes. A Direção da FPF teve a oportunidade de assistir a testemunhos que são de tal maneira tocantes e graves que colocam em causa as coisas mais importantes que temos no mundo'', adiantou o responsável, à margem da iniciativa que decorre na Universidade Lusíada, em Lisboa.
Para Vítor Pereira, não existem dúvidas de que se está ''no limiar de possíveis acontecimentos muito graves''.
''Os árbitros convivem bem com as críticas ao seu trabalho. Estão preparados para isso. Agora, não estão é preparados para serem atacados na sua honorabilidade, para que os seus filhos sejam atacados, as esposas ameaçadas, para que os pais sejam ofendidos'', frisou.
O presidente do Conselho de Arbitragem da FPF garantiu ainda que os árbitros portugueses, caso decidam não arbitrar na 26.ª jornada, não serão substituídos por “juízes” estrangeiros.
''Os árbitros de outras ligas não virão se souberem porque é que os nossos árbitros pararam. Já aconteceu várias vezes em vários outros países. Os nossos árbitros já não foram quando foram convidados, sobretudo por esta razão'', concluiu Vítor Pereira.