O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) denunciou hoje à Polícia de Segurança Pública de Angra do Heroísmo ameaças de dirigentes do Sport Clube Praiense a três atletas, pressionados a abandonar o clube e local de residência.
Segundo o SJPF, Hélder Monteiro Có, Mário Sérgio Vitorino e Danilson Ribeiro “sentem-se ameaçados na sua segurança física e no direito à habituação, depois de o presidente do Sport Clube Praiense os ter pressionado para abandonarem o clube e o local de residência”, cedida pelo emblema açoriano.
O presidente do SJPF, Joaquim Evangelista, contactou o presidente Adroaldo Rocha, tentando alertá-lo para a razoabilidade do que estava a propor – “colocar termo à relação laboral com os futebolistas sem liquidar despesas e ameaçando com despejo” –, mas a reação do dirigente “só acentuou a urgência da denúncia à PSP”.
“Há dirigentes que se colocam acima da lei e que se julgam impunes. A conversa que tivemos revelou total insensibilidade e desumanidade para com os problemas vividos pelos jogadores. Procurando antecipar qualquer problema, avançámos com a denúncia. Reconhecemos que há clubes que vivem em dificuldades, mas nada justifica atos desta natureza”, diz Joaquim Evangelista.
O SJPF denuncia o facto desta situação ser cada vez mais “recorrente” e entende que os futebolistas que representam os clubes das ilhas “sofrem de um isolamento prejudicial”.
“Estava jogar, estava tudo normal até que, de um dia para o outro, veio um diretor a casa dizer que já não era jogador do clube. Fizeram-me uma proposta de rescisão, não aceitei, e depois o advogado do clube veio dizer que o Praiense não paga um tostão por um jogador que se vai embora; depois disto ainda me disseram para abandonar a casa”, denunciou Mário Sérgio Vitorino.