Os presidentes da Liga de futebol e do Gil Vicente prontificaram-se a dar aval pessoal como garantia de pagamento dos salários em atraso dos jogadores da União de Leiria, mas o Sindicato recusou.
Mário Figueiredo e António Fiúsa “disponibilizaram-se para avançar com os seus avales pessoais como garantia para o pagamento dos salários em atraso, mas o Sindicato recusou”, revelou hoje à agência Lusa fonte ligada ao processo confessando a sua “surpresa” pela postura assumida pelo Sindicato dos jogadores nas negociações que manteve com o organismo que gere o futebol profissional no sentido de ser encontrada uma solução para o problema.
A intervenção de António Fiúsa no processo negocial decorreu, segundo a mesma fonte, da sua “vontade e empenhamento em contribuir'' para essa solução, na condição de presidente de um dos clubes filiados naquele organismo, mas os seus esforços foram em vão, face à ''posição intransigente'' de Joaquim Evangelista e seus pares.
A situação conheceu hoje um novo capítulo com a decisão de 16 futebolistas do plantel profissional da União de Leiria de assinarem a rescisão de contrato coletiva, devido à situação de salários em atraso, prometendo avançar com ações judiciais.
A decisão foi comunicada após uma reunião de cerca de cinco horas em que o presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), Joaquim Evangelista, tentou encontrar uma solução junto da Liga de clubes e da SAD da União de Leiria, cujo presidente, João Bartolomeu, está demissionário.
Com quatro meses de salários em atraso, e com uma greve marcadas para os três últimos jogos da Liga portuguesa de futebol, o primeiro dos quais no domingo, frente ao Feirense, os jogadores não abdicaram de receber pelo menos três salários. Nas últimas semanas, cinco jogadores já tinham rescindido os seus contratos.
Entretanto, a Liga de clubes acusou hoje o Sindicato dos Jogadores Profissionais (SJPF) de má gestão do Fundo de Garantia Salarial e “discriminação positiva” dos futebolistas do União de Leiria em relação aos restantes com salários em atraso.
Em comunicado, a Liga denuncia que o presidente do sindicato, Joaquim Evangelista, estava “empenhado em pagar integralmente os salários aos jogadores que anunciam greve e a falta de comparência”, quando poderia contemplar “muitos mais jogadores que se encontram numa situação difícil em virtude do não pagamento de salários” com uma “verba equivalente”.