O presidente do Nacional, Rui Alves, vai impugnar as decisões de hoje da Assembleia-Geral da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), que aprovou o alargamento do principal campeonato para 18 clubes e novos regimes de subidas e descidas.
O dirigente do clube madeirense, que já havia impugnado as decisões da AG de 12 de março (encontram-se sob o juízo do Conselho de Justiça federativo), argumenta com o facto de a Mesa da Assembleia não ter em conta o artigo 3.º do regulamento geral da LPFP
Esse artigo “impõe unanimidade em questões que tenham a ver com a alteração das competições com a época em curso”, sublinhou, afirmando que se está a assistir a uma forma de “democracia albanesa”.
Essa norma do Regulamento Geral da LPFP estabelece, conforme o documento oficial, que “as alterações aos regulamentos de Competições, Disciplinar e de Arbitragem que forem aprovadas no decurso de uma época desportiva só entram em vigor no início da época seguinte”.
Sendo que a alínea c do ponto 2 do artigo, referente a exceções à dita norma, admite as “alterações regulamentares aprovadas por unanimidade, com expressa menção da data ou prazo da respetiva entrada em vigor”.
Razão pela qual a maioria que aprovou, na AG de hoje, o alargamento com efeitos já na próxima temporada (35 a favor, 11 contra e 1 abstenção) é considerada, por Rui Alves, como um “bloco de albaneses do futebol”, que “estabeleceu como condição para o alargamento uma maioria de votos”.
O dirigente madeirense esclareceu que as duas novas impugnações se reportam à aprovação do alargamento da Liga principal com “liguilha” no final desta temporada e ao regime de subidas e descidas entre a Liga de Honra e a II Divisão, cuja proposta prevê a promoção dos três vencedores das séries e a despromoção de apenas um emblema do campeonato secundário, também esta época.
“Subsiste o problema da verdade desportiva, com liguilha ou sem ela, e penso que o País não está com condições de suportar um alargamento das competições profissionais”, referiu Rui Alves.
Segundo o dirigente, “essa maioria quer fazer o alargamento à força, contra tudo e contra o estado atual do futebol, da sustentabilidade e da economia que o País vive”.
Referindo que “a Democracia só pode existir na salvaguarda da legalidade”, Rui Alves não poupou a presidência de Mário Figueiredo: “Acho que os clubes não deviam andar a brincar aos caprichos eleitorais que levaram este presidente a esta liderança”.