Os aeroportos militares poderão ser utilizados durante o Mundial de futebol de 2014 em caso de necessidade, afirmou hoje o ministro do Desporto do Brasil, Aldo Rebelo, em Zurique, na Suíça, após reunião com dirigentes da FIFA.
Aldo Rebelo disse que a opção pelo uso desses aeroportos é ''considerada, mas a forma, o detalhe e as condições só podem ser revelados quando resolvidos com o Ministério da Defesa, que é, em última instância, a área responsável por essas operações'', segundo a assessoria de imprensa do Ministério do Desporto.
A abertura dos aeroportos militares é um dos itens que criou divergências entre o governo brasileiro e a FIFA, mas está prevista na Lei da Copa, que determina as diretrizes do mundial. O texto foi aprovado na Câmara dos Deputados e agora tramita no Senado, com votação prevista para quarta-feira.
A reunião, que contou com a presença do presidente da FIFA, Joseph Blatter, e do secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, marcou a reconciliação do Brasil com este último, que tinha afirmado que o país sul-americano precisava de um ''chuto no traseiro'' para cumprir com rapidez os compromissos para o Mundial.
A principal mudança acordada hoje foi a inclusão de um membro do governo brasileiro no Comitê Organizador Local (COL) do Mundial. O escolhido foi o secretário-executivo do ministério, Luís Fernandes, que trabalhará ao lado dos ex-jogadores Ronaldo e Bebeto e do presidente da entidade, José Maria Marin.
O elemento brasileiro do Comité Executivo, Marco Polo Del Nero, também foi incluído no COL, que passará a ter reuniões a cada seis semanas para debater a situação dos preparativos do Mundial, segundo o ministério do Desporto.
Na reunião de mais de cinco horas, os dirigentes discutiram um plano de ação para tratar dos desafios para a realização do evento, principalmente os relacionados à infraestrutura, partindo de relatórios feitos por equipas técnicas do governo, da FIFA e do COL.
Um dos temas discutidos, segundo a imprensa brasileira, é o uso do Maracanã no evento, pois uma das empreiteiras responsáveis pela sua reforma, a Delta, foi retirada do consórcio após suspeitas de um esquema de corrupção. O governo brasileiro, entretanto, informou que a obra deve ser entregue no prazo.