O afastamento prematuro do título nacional de futebol e o quarto lugar final, a 16 pontos do FC Porto, “mancharam” uma época 2011/2012 globalmente positiva para o Sporting, tendo em conta as condicionantes com que partiu.
Os “leões” arrancaram bem atrás de FC Porto e Benfica, que levavam claríssimo avanço, quer a nível dos respetivos plantéis – que eram não só melhor apetrechados, como tinham uma “espinha dorsal” já definida e consolidada –, quer a nível da estrutura organizativa do futebol profissional.
O Sporting tinha uma equipa pouco competitiva e carecia de uma revolução no plantel, que viria a ser feita pela nova equipa dirigente saída das eleições de março de 2011, com a aquisição de 19 novos jogadores e a aposta no treinador Domingos Paciência.
Um mau começo de campeonato, com dois empates e uma derrota, em Alvalade, frente ao Marítimo, que se traduziram na perda de sete pontos, deixou os novos dirigentes e adeptos à beira de um “ataque de nervos” e com as arbitragens em “ponto de mira”.
Foi neste contexto difícil que o Sporting arrancou preciosa vitória em Paços de Ferreira, não só pelos três pontos, mas, também, pelas circunstâncias que a rodearam, com a equipa a dar a volta a um resultado desfavorável de 2-0 para 2-3, nos últimos minutos.
Este jogo foi marcante e um ponto de viragem na carreira da equipa, que embalou para sete vitórias consecutivas, ficando a um escasso ponto da liderança partilhada de FC Porto e Benfica e dentro da luta pelo título.
No entanto, aproximavam-se testes duros, frente aos principais rivais, que iam testar a sua capacidade de resposta e cujo desfecho – derrotas frente a Benfica e Sporting de Braga, fora, empate com FC Porto, em casa – acabou por abalar o moral e a confiança da equipa, com Domingos impotente para inverter a situação.
A derrota (2-0) no Funchal, frente ao Marítimo, precipitou a saída de Domingos e a aposta em Sá Pinto, que, paulatinamente, foi recuperando os níveis de motivação e confiança dos jogadores, procedendo a algumas alterações que asseguraram maior solidez defensiva - era o “calcanhar de Aquiles” -, com a equipa a beneficiar dela no seu todo.
Essa melhoria repercutiu-se nas prestações da equipa na Taça de Portugal e, em particular, na Liga Europa, ao atingir patamares exibicionais que se julgavam não estarem ao alcance da equipa – com destaque especial para os dois jogos que ditaram a eliminação do campeão inglês Manchester City – e que lhe permitirem ficar a um pequeno passo da final.