A Académica conquistou hoje a Taça de Portugal de futebol, ao derrotar o Sporting na final, por 1-0, em jogo disputado no Estádio Nacional, em Oeiras.
A Taça de Portugal sai do Jamor “embrulhada” nas capas negras de Coimbra e a festa é hoje da Académica, após derrotar na final o Sporting, por 1-0, com um golo de Marinho logo no início do jogo.
Com um bem acertado esquema tático no setor recuado, a Académica chegou ao golo logo aos quatro minutos e depois teve o talento, e alguma sorte, para fazer manter o marcador sem mais alteração, até que se cumprisse a hora e meia de jogo.
Depois de ter estado “com um pé” na Liga de Honra, após uma série “negra” sem vencer, a Académica fecha a época de novo em nota alta, conquistando pela primeira vez a Taça no Jamor, depois de ter ganho a primeira edição em 1939, nas Salésias, ainda o Estádio Nacional não estava construído.
Pedro Emanuel acaba por conseguir, da maneira mais difícil, apurar a equipa para a Liga Europa, um sonho que parecia ter “asas para voar” no início da época, face ao bom futebol patenteado no outono.
Depois de quatro taças como jogador, uma pelo Boavista e três pelo FC Porto, consegue chegar ao grupo restrito dos treinadores portugueses com títulos. Ricardo Sá Pinto, o técnico dos “leões”, terá de esperar mais algum tempo por esse passo.
As duas equipas apresentaram-se hoje em campo praticamente sem surpresas face ao que seria esperado e a exceção foi mesmo Izmailov, remetido para o banco dos “leões”, que apostavam na frescura física de Andre Carrillo para o seu lado direito.
O lado direito foi mesmo o mais criativo setor da equipa verde e branca, com Carrillo a combinar bastante bem com Matias Fernandez, um jogador que mereceu “atenção especial” por parte da equipa adversária, nomeadamente com a marcação direta de João Real.
Esperava-se que o Sporting tomasse conta do meio campo e marcasse o ritmo de jogo, mas não que tal fosse uma obrigação por ter mesmo de chegar ao golo, já que logo aos quatro minutos a vantagem era da “Briosa”.
Ainda nem todos os espetadores que lotaram o Estádio Nacional tinham encontrado o seu lugar e já a equipa de Coimbra chegava à vantagem, no seu primeiro ataque estruturado.
Adrien ganhou na luta com Polga e a bola sobrou para Diogo Valente, que centrou para o cabeceamento de Marinho, junto ao poste esquerdo de Rui Patrício.
Estava dado o mote para o que seria a primeira parte – o Sporting a ter mesmo de atacar e a Académica a tirar partido de dar a iniciativa ao adversário, optando por contra-ataques perigosos.
O domínio era do Sporting, mas sem consequências, já que a equipa treinada por Sá Pinto não chegava a criar situações de golo feito, ao mesmo tempo que a Académica fazia uma marcação alta e dura.
O melhor futebol estava reservado para a segunda parte, após um intervalo em que os setores dos adeptos de Coimbra aproveitaram para abrir as várias tarjas de intervenção política e social.
No reatamento, o Sporting trocou Elias por Izmailov e apareceu com um jogo muito mais solto. Mas também a Académica entrou a “todo o gás” e as jogadas de perigo intenso sucederam-se nas duas balizas, em poucos minutos.
Em menos de um quarto de hora, Edinho tem duas ocasiões soberanas para ampliar, mas também o Sporting poderia ter feito andar o marcador, com jogadas mal finalizadas por Wolfswinkel e Onyewu.
A Académica continuava em “contragolpe”, enquanto o Sporting melhorava a nível de meio campo ofensivo, mantendo as debilidades da sua zona mais recuada.
A meio do segundo tempo, era notório que o jogo endurecia, de ambos os lados, com Paulo Baptista a ter de recorrer aos amarelos para segurar uma partida que se antevia “de nervos” para os últimos 20 minutos.
A tendência ofensiva do Sporting acentuava-se com o avançar dos minutos, mas a Académica não se amedrontava nada, bem apoiada pelos milhares de adeptos ruidosos que levou a Lisboa.
Schaars, de livre direto, Onyewu, de cabeça, Carrillo, Jeffren, Wolfswinkel e mesmo Polga bem tentavam a sua sorte, sem sucesso, e o relógio “jogava” a favor da equipa vestida de negro. Cada defesa de Ricardo era festejada com entusiasmo redobrado.
As bancadas, muito bem compostas com os cachecóis da “Briosa” e os trajes da Universidade de Coimbra, já lançavam a festa, especialmente saborosa pelo tempo que levou à conquista desta segunda Taça de Portugal – 73 anos – e o regresso a uma final no Jamor – 43.