As bancadas do Estádio José Alvalade viveram hoje praticamente 90 minutos de um silêncio quase absoluto, em virtude do golo madrugador de Marinho, que remeteu os adeptos do Sporting à desilusão durante a final da Taça de Portugal de futebol.
À semelhança do que já tinha acontecido no encontro da Liga Europa, com o Athletic de Bilbao, o Sporting abriu o seu recinto para que os adeptos pudessem assistir à final da Taça de Portugal, frente à Académica.
Longe do Jamor, mas perto da sua equipa, cerca de 12 mil pessoas interromperam o tradicional dia de descanso e deslocaram-se a Alvalade para viver as emoções da prova ''rainha'' do futebol português.
O hino nacional deu o mote, mas rapidamente o ambiente festivo se transformaria num silêncio quase sepulcral, depois de o ''estudante'' Marinho fazer o único golo da final do Jamor, logo aos quatro minutos.
A partir desse momento, foram esporádicas as manifestações por parte dos adeptos ''leoninos'', que prendiam os olhos aos ecrãs gigantes de Alvalade, à espera de um momento que lhes permitisse soltar todo o nervosismo acumulado.
A ausência de oportunidades do Sporting no primeiro tempo fustigava a confiança dos adeptos, que, cabisbaixos, quase nem corresponderam aos incentivos que ecoavam pelo sistema sonoro.
''Acreditamos que vamos conseguir dar a volta'', atirou o ''speaker'', certamente sentindo-se solitário, tal foi a ausência de resposta vinda das bancadas.
A entrada de Izmailov, ao intervalo, voltou a trazer vida às bancadas, que muito aplaudiram o jogador russo.
Enquanto um bravo Rui Patrício mantinha o Sporting na corrida e recebia os aplausos de Alvalade, o holandês Van Wolfswinkel levava-os ao desespero, tantas foram as oportunidades falhadas naqueles primeiros minutos do tempo complementar.
No Jamor, o cronómetro corria a uma velocidade indesejada e as oportunidades de golo sucediam-se para o Sporting, mas, em Alvalade, o silêncio mantinha-se, como que adivinhando o final que ninguém desejava.
A equipa de Coimbra ia ''cerrando os dentes'' para aguentar a pressão final do adversário e os adeptos ''leoninos'' procuravam um qualquer pedaço de unha para roer.
Mas tal como as unhas, também a pressão final do Sporting foi insuficiente e o som do apito final de Paulo Baptista apenas deu sequência aos 90 minutos de silêncio quase absoluto que se viveram em Alvalade.