Reivindicações de forças nacionalistas bascas e catalãs, que querem usar a final de sexta-feira da Taça do Rei espanhola em futebol para um protesto em defesa das línguas regionais e da independência, está a causar polémica política no país.
Os protestos foram veiculados por organizações de defesa de seleções desportivas da Catalunha (Plataforma ProSeleções Desportivas Catalãs) e do País Basco (ESAIT) que querem que os adeptos dos finalistas, Atlético de Bilbau e FC Barcelona, protestem em Madrid e no estádio Vicente Calderón, palco da final
As duas associações referidas pediram por isso, num protesto na segunda-feira em frente ao Congresso de Deputados, que os adeptos levem bandeiras independentistas catalãs (senyeras) e bascas (ikurriñas).
Já de si polémica, a reivindicação foi ampliada pela plataforma Catalunya Acció, que quer uma “assobiadela pela independência” no estádio Vicente Calderón durante o hino espanhol.
“Assobia pela língua, assobia pela liberdade, assobia pelas eleições, assobia contra o roubo e assobia pelo novo Estado catalão”, defende a organização na sua página web.
A presidente do Governo regional de Madrid, Esperanza Aguirre, respondeu hoje aos protestos sugerindo que o jogo deveria ser suspenso e marcado para outro local à porta-fechada.
O objetivo, disse à Onda Cero, é que se repitam acontecimentos de há três anos, em Valência – quando jogaram as mesmas duas equipas – e se realize uma assobiadela ao príncipe Filipe ou durante o hino de Espanha.
“Os ultrajes à bandeira e ao hino são delito no Código Penal. Não se devem consentir e por isso, a minha opinião é que o jogo deve ser suspenso e realizado à porta fechada noutro local”, afirmou.
Ainda que admita que a decisão possa causar “muita confusão”, Aguirre afirma que este tipo de protestos “não se devem consentir”.
“Este é o campeonato de Espanha. Esta taça era entregue pelo presidente da Republica quando havia República, por Franco quando estava Franca, e agora é a taça de sua majestade o rei. É a taça de Espanha”, defendeu.
Aguirre disse que tem estado a pensar nessa possibilidade “há algum tempo”, especialmente depois do ex-presidente francês Nicolás Sarkozy ter ameaçado fazer o mesmo se voltasse a haver assobiadelas durante a reprodução do hino francês em competições desportivas.
Esta final da taça de Espanha já esteva anteriormente marcada pela polémica depois do Real Madrid ter recusado que se usasse o Santiago Bernabéu, como estava inicialmente previsto, para acolher a final entre bascos e catalães.