Mais de 2.300 agentes estão destacados para a operação relativa à final de hoje da Taça do Rei, entre o Barcelona e o Atlético de Bilbau, e para uma manifestação da extrema-direita, horas antes do encontro.
A final, que já se transformou numa das mais politizadas dos últimos anos, saltou do campo desportivo para o político depois de forças nacionalistas bascas e catalãs terem reivindicado um protesto em defesa das línguas regionais e da independência.
Os protestos foram veiculados por organizações de defesa de seleções desportivas da Catalunha (Plataforma ProSeleções Desportivas Catalãs) e do País Basco (ESAIT), que querem que os adeptos dos finalistas Atlético de Bilbau e Barcelona protestem em Madrid e no estádio Vicente Calderón.
As duas associações referidas pediram, num protesto realizado na segunda-feira frente ao Congresso de Deputados, que os adeptos levem bandeiras independentistas catalãs (senyeras) e bascas (ikurriñas).
A polémica reivindicação foi ampliada pela plataforma Catalunya Acció que quer uma “assobiadela pela independência” no estádio Vicente Calderón durante o hino espanhol.
Os pedidos suscitaram duras críticas da presidente do Governo regional de Madrid, Esperanza Aguirre, que sugeriu que o jogo deveria ser suspenso e marcado para outro local e realizar-se à porta-fechada, tendo, depois disso, anunciado que não estará no estádio Vicente Calderón.
“Os ultrajes à bandeira e ao hino são delito no Código Penal. Não se deve consentir e, por isso, a minha opinião é que o jogo deve ser suspenso e realizado à porta-fechada noutro local”, afirmou.
Os comentários deixaram-na isolada, sendo criticada até por dirigentes do seu partido, sendo que o Governo espanhol afirmou que estudará a possibilidade de que os clubes sejam responsáveis por parte dos custos associados a eventos desportivos.
Agravando ainda mais a tensão que se espera par o final do dia de hoje em Madrid, o Tribunal Superior de Justiça da capital (TSJM) anulou uma decisão da delegação do Governo que tinha proibido uma manifestação de forças da extrema-direita, determinando que fosse transferida para segunda-feira.
O protesto, convocado pela Falange e pela Associação Nudo Patriota Española, está marcado para decorrer entre as praças Alonso Martínez e Chamberi, entre as 18:30 e as 19:30, a alguns quilómetros do Vicente Calderón, que abre as portas às 19:00 para um encontro que começa às 22:00.
O encontro de hoje entrou claramente no debate político e chega mesmo a dominar alguma da imprensa espanhola, especialmente na mais à direita.
É o caso da primeira página do jornal ultra conservador La Gaceta, que publica a música do hino espanhol, afirmando que o encontro de hoje coloca frente a frente “duas equipas históricas espanholas”.