A Alemanha, a Holanda e Portugal são três seleções que ultrapassam quase sempre a fase de grupos das grandes competições, mas, no Europeu de futebol de 2012, é certo que pelo menos uma vai cair prematuramente.
Num Grupo B que inclui ainda uma Dinamarca que também não pode ser excluída das contas, a luta deverá ser até ao fim pelas duas vagas, “virtualmente” para as “meias”, face ao cruzamento, nos “quartos”, com o “frágil” Grupo A.
Em termos teóricos, Alemanha e Holanda são as principais candidatas, face ao seu rico historial, repleto de títulos e de presenças em finais de Europeus e Mundiais, e também ao que mostraram na qualificação.
Ainda assim, os germânicos, que cumprem a 11.ª presença, já caíram três vezes na fase de grupos, duas junto a Portugal (1984 e 2000) e uma em solo luso (2004), enquanto os holandeses só não passaram uma vez (1980), em oito.
Os germânicos, que nos dois últimos grandes eventos, só tombaram face à Espanha (0-1 na final do Euro2008 e nas “meias” do Mundial2010), são os únicos tricampeões europeus, mas já não vencem a prova desde 1996.
Com uma equipa jovem, pontificada por Bayern Munique e Borussia Dortmund, os germânicos têm “mil e uma soluções” do meio-campo para a frente e um setor recuado sem “estrelas”, mas sólido, à frente de Manuel Neuer.
Os médios Mesut Özil e Mario Götze dão um toque de classe à “Nationalmannschaft”, de Joachim Löw, temível em frente às redes contrárias, face à presença de jogadores como Miroslav Klose, Lukas Podolski ou Mario Gomez, sem esquecer Bastian Schweinsteiger ou Thomas Müller.
Por seu lado, a Holanda chega como vice-campeã mundial em título, vítima, como os germânicos, da Espanha, que venceu a última final por 1-0, graças a um golo de Andres Iniesta, quase no final do prolongamento.
Derrotada pela terceira vez numa final de um Mundial, depois de 1974 e 1978, a formação “laranja” não parte, porém, fragilizada rumo a um segundo título europeu, depois do conquistado em 1988, pela geração de Marco van Basten, Rudd Gullit e Frank Rijkaard.
O “onze” de Bert van Marwijk é semelhante ao dos germânicos, com uma defesa “apenas” competente e um enorme poder ofensivo, com Wesley Sneijder, Rafael van der Vaart, Arjen Robben, Robin van Persie ou Klaas-Jan Huntelaar.
Para manter o pleno de sucessos na fase de grupos, depois de 1984, 1996, 2000, 2004 e 2008, Portugal terá, assim, de ficar à frente de pelo menos de uma destas seleções, sem esquecer, que, na qualificação, foi atirado para o “play-off” pela Dinamarca.
Cristiano Ronaldo, autor de 46 golos na última edição da Liga Espanhola, é a grande arma de Paulo Bento, que, além de um coletivo forte, precisa, porém, de outros jogadores para criar desequilíbrios, nomeadamente Nani e a versão Fábio Coentrão do Benfica.
Perante Alemanha, Holanda e Portugal, a Dinamarca, de Morten Olsen, é a seleção com menos pressão, mas isso, por si só, dificilmente dará apuramento, a menos que se repita um “milagre” semelhante ao de 1992.
Calendário do Grupo B:
Primeira jornada (sábado, 09 junho)
Holanda – Dinamarca (17:00), Kharkiv.
Alemanha – Portugal (19:45), Lviv.
Segunda jornada (quarta-feira, 13 junho)
Dinamarca – Portugal (17:00), Lviv.
Holanda – Alemanha (19:45), Kharkiv.
Terceira jornada (domingo, 17 junho)
Portugal – Holanda (19:45), Kharkiv.
Dinamarca – Alemanha (19:45), Lviv.
Nota: Horas em Lisboa.