O vereador do desporto na Câmara de Coimbra, Luís Providência, afirmou hoje que o processo-crime que envolve o presidente da Académica ''fragiliza a cidade e o clube'', e lamentou que se continuem a eleger pessoas com condenações.
''Acho que só num país como Portugal é que é possível uma pessoa naquelas circunstâncias ser eleita'', declarou o autarca à agência Lusa.
O mesmo vereador salientou que, embora esteja em causa a presidência de uma entidade privada, esse é ''um cargo de expressão pública''.
O Tribunal da Relação de Coimbra (TRC) remeteu hoje por correio a notificação de um acórdão do recurso interposto da decisão de primeira instância, em março de 2011, que condenara José Eduardo Simões a uma pena de quatro anos e sete meses de prisão, mas suspensa por igual período, pelo crime continuado de corrupção passiva.
Ao indeferir o recurso de José Eduardo Simões, e ao dar provimento parcial ao do Ministério Público, o TRC agrava a pena, embora para uma medida ainda desconhecida pelo seu advogado, Rodrigo Santiago.
Luís Providência, antigo atleta de futsal e sócio da Académica, disse que ''como academista preferia ter um presidente que não estivesse envolvido neste tipo de circunstâncias, nem de situações'' criminais.
''Em ultima analise o nome da instituição fica envolvido'', sustentou, acrescentando que é indiferente se está em questão uma pena de prisão de quatro anos e sete meses, como foi determinado em primeira instância, ou adicionada em mais alguns meses, como estará determinado no presente acórdão do Tribunal da Relação de Coimbra.
Luís Providência recordou que ainda ''antes de haver candidaturas, e antes de haver eleições marcadas'', entendeu afirmar publicamente ''que [José Eduardo Simões] não devia ser apoiado ou incentivado nessa decisão'' de se recandidatar ao cargo de presidente da Académica.
O autarca lamenta ''ter tido razão antes de tempo'', pois, ''obviamente que a cidade sai mal e a Académica sai mal'' neste processo crime que envolve o presidente do mais importante clube de Coimbra.
''Só num país como Portugal é que continuamos a eleger pessoas com condenações na justiça. Com isso é que não pactuo nem estou de acordo, e não me peçam para aplaudir, que eu não consigo'', concluiu Luís Providência.