Os médios espanhóis Xavi Hernandez e Andrés Iniesta são a personificação do “tiki-taka” espanhol e do FC Barcelona e conquistaram hoje, pelo quinto ano consecutivo, a principal prova futebolística da temporada.
Xavi e Iniesta são os únicos que se podem orgulhar de ter ganho os Europeus de 2008 e 2012 e o Mundial de 2010, com “La Roja”, e de, pelo meio, sem grandes competições de seleções, terem aproveitado para vencer duas “Champions”, pelo “Barça”.
Por não marcarem golos, como o argentino Lionel Messi, seu companheiro de equipa no “Barça”, ou o português Cristiano Ronaldo, Xavi e Iniesta não têm – e, se calhar, nunca terão - qualquer “Bola de Ouro”, mas a sua classe é ímpar.
Xavi foi eleito, por exemplo, o melhor jogador do Euro2008 e, dois anos despois, Iniesta foi o autor do golo mais importante da história da Espanha, nos instantes finais do prolongamento da final do Mundial2010, face à Holanda (1-0).
Os dois médios valem, porém, mais do que qualquer momento particular, já que são eles os principais responsáveis pelo domínio que a Espanha e o FC Barcelona têm exercido no futebol mundial, são eles os verdadeiros donos da bola.
Se a Espanha e o “Barça” acabam todos os jogos com maior percentagem de posse de bola, grande parte do mérito é de Xavi e Iniesta, da sua capacidade de passe, da forma como conseguem encontrar sempre um companheiro solto para receber a bola.
Eles são o “tiki” e o “taka”, os maestros de uma forma de jogar única, provavelmente irrepetível e que está a valer um domínio sem precedentes no futebol mundial, parecendo, como se viu hoje em Kiev, bem longe do fim que alguns, estranhamente, vaticinavam.
Alguns não gostam, dizem que é chato, que não empolga, que é defensivo, mas tudo isto não parece mais do que “ruído”: certo é que ainda não foi encontrado antídoto, pois os desaires de Espanha e do FC Barcelona não são mais do que pontuais.