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Trofense: Comissão Administrativa e LS Soccer explicam fim da parceria

A Comissão Administrativa do CD Trofense, Liga de Honra de futebol, e a empresa LS Soccer explicaram, hoje, o fim da ''parceria'' para as próximas cinco épocas, imputando a culpa às dívidas deixadas pela anterior direção.

Trofense: Comissão Administrativa e LS Soccer explicam fim da parceria

Em conferência de imprensa convocada pela empresa LS Soccer, que tinha anunciado um investimento no clube da Trofa para os próximos cinco anos, o responsável da firma brasileira, Lucas Santos, confirmou o fim de contrato celebrado com o Trofense, invocando que ''faltou transparência nas contas apresentadas''.

Lucas Santos deu a conhecer, pela primeira vez, o projeto que tinha para o Trofense, intitulando-o de ''Duas equipas [CD Trofense e LS Soccer], um todo e a mesma estratégia: Vencer'', e garantiu que já tinha reunido ''muitos parceiros'' que desejavam investir na cidade da Trofa.

''A ideia passava por trazer para a Trofa empresas que querem estabelecer-se em Portugal. Chegamos a pedir um dossier à Câmara Municipal da Trofa para apresentar no Brasil e explicar lá, aos parceiros, porque é que deveriam investir na Trofa. Celebramos o contrato com o Trofense. Entraria em vigor a 1 de julho, mas tivemos de recuar devido ao longo período de instabilidade que se gerou. Mas esta empresa continua em Portugal e vai investir, seja este ano ou não, numa equipa da Honra ou da Liga'', disse Lucas Santos.

O investidor brasileiro garantiu já ter 15 atletas e um treinador prontos para assumir funções no Trofense na época 2012/13, afirmando que ''a LS Soccer não queria fazer uma rutura com a história do clube, mas sim instalar-se em Portugal e no desporto nacional''.

''Queríamos jogadores portugueses. O nosso treinador é português. Este projeto levaria o clube à primeira divisão nacional. Esse era o sonho da LS Soccer e do Trofense. A cidade e os sócios mereciam isso, mas a oportunidade criada começou a ser minada e destabilizada'', referiu o responsável.

Lucas Santos apontou o dedo à anterior direção do Trofense, liderada por Rui Silva (esteve em funções de 2006 a 2011), e à Comissão Administrativa cessante, presidida por José Leitão (presidente do clube durante 11 anos, de 1996 a 2006 e na época 2011/12), acusando-os de ''falta de transparência e má gestão''.

No entanto, enalteceu o facto de José Leitão continuar a ''dar a cara'' e questionou o porquê de Rui Silva se manter ''calado'': ''Adeptos do Trofense peçam contas aos vossos diretores. Têm aqui um a dar a cara e o outro? Pedir contas? Como?'', questionou.

''Se fossem só mentiras, seria fácil de resolver. Mas as omissões são difíceis. E foram aparecendo muitas surpresas'', disse Lucas Santos, adiantando estar preparado, à data do primeiro contacto com o Trofense, para assumir uma dívida de cerca de 1,5 milhões de euros, mas que o défice orçamental do clube da Trofa já ascende a mais de três milhões.

Na base da decisão da empresa brasileira de abandonar o negócio com o Trofense estão as recentes penhoras de que o estádio do clube foi alvo. Só o ex-jogador do clube Charles Chad reclama cerca de 200 mil euros. Miltón do Ó e Gégé, também ex-atletas, exigem 118 mil e 33 mil euros, respetivamente, por ''incumprimentos salariais''.

Face à desistência da LS Soccer, o presidente cessante, José Leitão, decidiu, também, deixar o clube, tendo sido criada no sábado, em assembleia-geral, uma nova Comissão Administrativa com sete sócios trofenses, que se voluntariaram para ''tentar resolver o problema do clube a tempo da inscrição na Liga de Honra''.

Hoje, na sequência da conferência de imprensa que se realizou no Estádio do CD Trofense, José Leitão revelou aos jornalistas já ter pedido ''autorização'' à nova comissão para representar o emblema da Trofa no sorteio agendado para quinta-feira na Liga, que definirá o calendário da época 2012/13.

Questionado sobre se conta conseguir reunir os pressupostos exigidos pela Liga para inscrição da equipa sénior na Liga de Honra, José Leitão afirmou que já tem duas das três declarações necessárias: não dívida a jogadores e não dívida à Segurança Social.

Quanto à certidão das Finanças, o dirigente desportivo disse ser necessário ''no imediato, cobrir uma dívida de cerca de 60 mil euros''.

''A esperança é a última a morrer. Ainda temos receitas a receber da Câmara e do Totonegócio. O prazo para inscrição já não acaba amanhã (quinta-feira), mas sim no dia 12. Ainda acredito, se não houver mais surpresas, porque elas estão sempre a aparecer, e a responsabilidade não é da minha comissão'', disse José Leitão.

A agência Lusa tentou obter uma reação às acusações feitas durante e após a conferência de imprensa junto dos anteriores dirigentes do clube, mas o ex-presidente, Rui Silva, manteve-se incontactável.

Lucas Santos ouviu, ainda, pedidos de ajuda de cerca de uma dezena de sócios que se deslocaram ao estádio: ''Estou sensível a tudo isso e triste pelo Trofense. Se organizarem uma gestão transparente, a LS Soccer quer investir. Não defendemos, nem apoiamos, más gestões. Temos projeto e vontade de trabalhar. Saímos deste tiroteio entre direções sem falhas. Não queremos ser um escudo entre direções. Mas já disse a este homem simples, mas que percebe de futebol [José Leitão], que só não há esperança para a morte. Teríamos de rever o orçamento e o contrato. O tempo é que não nos ajuda'', respondeu.

O CD Trofense terminou em oitavo lugar a época 2011/12. A sua participação na Liga de Honra na temporada 2012/13 está ameaçada.

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