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Trofense: Anterior presidente acusa Comissão Administrativa de «má fé»

O anterior presidente do CD Trofense, equipa da Liga de Honra de futebol que vê ameaçada a sua inscrição para a próxima temporada desportiva, rejeita as acusações feitas pela última comissão administrativa, acusando-a de ''má fé''.

Contactado pela agência Lusa, na sequência da assembleia-geral realizada sábado, na qual se confirmou a notícia de que o Trofense teria a sua inscrição na Liga de Honra ameaçada, e também em sequência da conferência de imprensa convocada, hoje, pelo ex-investidor do clube, a LS Soccer, empresa brasileira, o ex-presidente Rui Silva garantiu que deixou o clube, em 2011, com um ''orçamento capaz'' e acusou a comissão liderada por José Leitão (presidente durante 11 anos, de 1996 a 2006 e na época 2011/12), de ''má gestão'', ''amadorismo'' e ''incompetência''.

''Temos de começar de início: quando José Leitão tomou posse, pusemos tudo em pratos limpos. Quando sai, ajudei-o a fazer um orçamento e o combinado foi ele cumprir esse orçamento. Eu, fora do clube, ia pagar algumas coisas que ficavam pendentes, mas nada tinha a ver com fornecedores. Ele é que ia dialogar com fornecedores e tentar acordos, tranquilizando-os. Nada fez. Empurrou-os para mim e agora está-se a vitimizar'', disse, à Lusa, o ex-líder do Trofense (presidente de 2006 a 2011).

Rui Silva diz estar de ''consciência tranquila'' relativamente às contas do emblema da Trofa durante a sua direção, adiantando que já fez ''inclusivamente muitos investimentos pessoais e com sacrifício familiar para ajudar o Trofense''.

''Quando saí [junho de 2011] existia um milhão e cem mil euros de dívidas. De junho a dezembro, fora do clube, paguei o sintético de Paradela [campo de treinos e da formação], todos os meses. O acordo que tinha com as Finanças ficou pago até ao fim do ano. E o aval pessoal que o clube tinha na Banca deixou de existir. Passei a ser eu o responsável. Paguei 350 mil euros em sintético e Finanças e o aval era de dois mil e 900. As pessoas dizem que eu saí e abandonei o clube, mas não é verdade. Eu nem sequer pedi um tostão ao clube'', explicou Rui Silva.

Sobre a penhora de que o estádio do Trofense foi alvo - o ex-atleta Charles Chad, contratado durante a direção de Rui Silva, reclama cerca de 200 mil euros por ''incumprimento salarial'' -, o ex-presidente confirmou a existência deste processo, mas rejeitou responsabilidade no seu desfecho.

''As penhoras começaram a aparecer, porque não foram feitos acordos. Isto é que é incompetência. Isto é que é gestão danosa. A situação do Charles Chad não podia acontecer. Ele [José Leitão] diz que não sabia, mas sabia. Esta comissão abriu as portas às penhoras'', sublinhou.

Rui Silva rejeitou, também, culpas nas penhoras feitas pelos ex-jogadores Milton do Ó (cerca de 118 mil euros) e de Gégé (cerca de 33 mil euros): ''O Milton esteve parado e o seguro pagou abaixo do valor salarial. Tinha de ser revisto. O caso do Gégé tem a ver com direitos de formação, ao que parece. Mas o que está em causa é que houve incompetência dos advogados que trabalharam com esta comissão. Se eles fossem competentes a penhora não acontecia. O clube teve, de certeza, muitas notificações''.

Sobre o futuro do clube, o ex-presidente reiterou que nas épocas da sua responsabilidade ''nunca falhou com um pressuposto da Liga'' e sentenciou: ''O Trofense só é viável na Liga com as receitas da Liga. Se não for assim, vai para a terceira ou regional, porque até a segunda B é difícil. Mas eu deixei o clube na Honra e quem agora me acusa vai deixá-lo na segunda B''.

O ex-presidente rejeitou, ainda, a afirmação da comissão administrativa cessante de que as contas da última época de Rui Silva nunca tinham ido a votação pelos sócios por ''refletirem atos de gestão que não estão conformes, sendo necessária uma auditoria'' - acusação feita na assembleia-geral de sábado.

''O relatório de contas de 2010 a 2011 nunca foi aprovado? Não sei porquê. Estava auditado por revisores oficiais de contas independentes como fizemos sempre. Era o melhor balanço de sempre. O clube era viável. Fiz um perdão de dívida de cinco milhões e 700 mil euros. Isso é má fé da comissão. Se não estava conforme, porque é que não fizeram uma auditoria? Não está conforme? Mas foi assinado por eles quando entraram. É obrigatório entregar na Liga o relatório e eles assinaram'', respondeu o ex-presidente.

Hoje, ficou confirmada a desistência da LS Soccer de investir no Trofense, clube que terminou em oitavo lugar a época 2011/12. A sua participação na Liga de Honra na temporada 2012/13 está ameaçada, mas José Leitão disse, após a conferência de imprensa, ainda ter ''esperança''.

''Amanhã [quinta-feira] vou estar presente no sorteio [que definirá o calendário para a época 2012/13] da Liga. Já pedi autorização à nova comissão [grupo de sete sócios que se voluntariou para ajudar o Trofense a não ficar num vazio diretivo] para isso. A esperança é a última a morrer. Ainda temos receitas a receber'', disse.

De acordo com José Leitão, apenas falta conseguir a certidão das finanças para conseguir inscrever o Trofense na Liga de Honra. No entanto, ''no imediato, o clube tem cerca de 60 mil euros para saldar de dívida''.

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