Rui Meireles, um dos quatro arguidos no processo de alegada fraude fiscal na contratação do futebolista João Pinto pelo Sporting, em 2000, requereu ao tribunal procedimento criminal contra o empresário José Veiga e o seu defensor.
De acordo com fonte judicial, a defesa de Rui Meireles, responsável pelo departamento financeiro da Sporting SAD na altura dos factos, pediu ao coletivo de juízes da 6.ª Vara do Tribunal Criminal de Lisboa que extraia certidão para ação contra o arguido José Veiga e o advogado Pedro Correia pela prática dos crimes de denúncia caluniosa e de difamação.
Em causa, está o documento apresentado antes da sessão de 04 de julho pelo advogado de Rui Meireles e de Luís Duque, presidente da Sporting SAD em 2000, também a ser julgado.
O documento foi junto aos autos pelo advogado Rui Patrício com a pretensão de comprovar a relação de Veiga com a Goodstone, empresa do Reino Unido, que faturou ao Sporting um prémio de assinatura de João Pinto de 4,2 milhões de euros (ME), sobre o qual o Ministério Público refere que não foram pagos cerca de 700.000 euros em impostos.
A 11 de julho, na última sessão de julgamento, o mandatário de José Veiga requereu ao tribunal a extração de certidão ''para apurar falsificação'' do documento apresentado por Rui Patrício.
Nesse documento, Pedro Correia considerou que, ''além de se tratar de documento falso é, no mínimo, sem qualquer eficácia probatória'', acrescentando que se trata ''de mera cópia forjada''.
Em sessão anterior, Veiga negou que tivesse representado a Goodstone no processo de contratação de João Pinto e no processo figura uma minuta de contrato da empresa do Reino Unido dirigido ao Sporting com número de faxe da Superfute no remetente.
O coletivo de juízes, presidido por Helena Susano, deliberou pedir à PT Comunicações e à Anacom, entidade reguladora das comunicações eletrónicas, que informe sobre ''a titularidade em que se encontra inscrito o número'' em questão, reportando-se ''a junho de 2000''.
João Vieira Pinto, José Veiga, Luís Duque e Rui Meireles estão a ser julgados por fraude fiscal e branqueamento de capitais.
As alegações finais do julgamentio realizam-se na parte da tarde da próxima sexta-feira.