Lavezzi, Ibrahimovic, Thiago Silva, Verratti: e agora Paris Saint-Germain?

É muito bonito contratar estrelas, os adeptos afiam os dentes e sonham com voos mais altos (há quem já defenda que os parisienses são candidatos a vencer a próxima edição da Liga dos Campeões) e a força mediática do emblema cresce exponencialmente. Mas, e o resto?

Posso-vos garantir. Ou o presidente do PSG, o multimilionário Nasser Al-Kelhaifi, fará das tripas coração e investirá todos os seus petrodólares em prol dos vice-campeões franceses ou, no dia em que as coisas começarem a correr mal, a subsistência deste emblema estará seriamente ameaçada. Só para terem uma pequena noção, Zlatan Ibrahimovic ganhará 14 milhões de euros/ano (um Euro Milhões, portanto), o que nos três anos de contrato com o seu novo clube significam 42 milhões de euros só em salários. E os prémios? E os outros jogadores? E as despesas com o pessoal?

Para se ter sucesso no mundo do futebol é preciso ser um grande gestor: não só financeiro, mas também de pessoas. As declarações proferidas na quinta-feira por Thiago Silva, defesa-central brasileiro contratado ao AC Milan pela módica quantia de 45 milhões de euros, dizem tudo. «Peço desculpa aos adeptos do Milan. A transferência para o PSG não foi uma decisão 100% minha, até porque eu tinha acabado de renovar com o clube», confessou o jogador, em conferência de imprensa. Alguém acredita que este e outros atletas do PSG, apesar da sua qualidade, jogarão com amor à camisola? O exemplo dos ‘Galácticos’ no Real Madrid não deveria ter chegado?

É preciso regulação, mas regulação à séria! Michel Platini quer introduzir um sistema que penalize os emblemas que tenham despesas superiores às receitas. Assim, a partir de Outubro deste ano, quem o fizer, poderá perder pontos ou ser proibido de inscrever jogadores. Para ser sincero, não tenho a mais ténue esperança em relação à efectiva aplicação deste novo regulamento. Pelo simples facto de saber que, se tal acontecer, o PSG, o Man City, o Chelsea e muitos outros clubes serão gravemente prejudicados.

Se fosse adepto do Paris Saint-Germain, nesta altura, estaria preocupado no lugar de entusiasmado. A factura será paga mais cedo ou mais tarde e os seus resultados poderão ser devastadores. Para além disto, um conjunto de estrelas está longe de ser uma equipa coesa e organizada. Plantéis como os bascos do Atlético de Bilbau provam que a formação e a aposta na prata da casa poderão resultar em grandes brilharetes. Por isso, e apesar de admitir que na Ligue 1 o PSG parte com grande vantagem em relação à concorrência, ficarei cá para ver os próximos anos. O crescimento não sustentado nunca deu resultado e não será agora que vai dar…

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