Se me perguntarem quais as seleções com mais garantias de futuro no futebol mundial, anuncio sem pensar muito três nomes: Alemanha, Espanha e Brasil.
Alemanha e Espanha são máquinas de fabricar talentos e continuam a fazê-lo à velocidade da luz, sendo rara a semana em que um jovem jogador não desponta nos campeonatos nacionais desses países. Já o Brasil é um caso muito específico, pois possui um campeonato de categoria média/baixa quando inserido no contexto europeu e nunca teve um plano estruturado de formação de jovens promessas como Alemanha e Espanha. No entanto, mesmo assim, continua a brotar talentos que nascem tão facilmente como ervas daninhas e que aproveitam a passagem por clubes europeus para evoluírem em termos táticos e físicos, juntando o perfume do futebol brasileiro com o rigor do futebol europeu.
Jogadores como Ramires (Chelsea), Rafael (Manchester United), Marcelo (Real Madrid), Daniel Alves (Barcelona) e Thiago Silva (PSG), só para citar alguns, tornaram-se muito mais consistentes, assim que abandonaram o Brasileirão e evoluíram em campeonatos do Velho Continente. Por isso, olhando para o plantel da seleção sub-23 canarinha, que tentará chegar às medalhas nos Jogos Olímpicos de Londres, vejo um grande potencial e uma enorme possibilidade de fazer vários brilharetes nas próximas grandes competições internacionais.
Comecemos pela baliza. Rafael, jovem guardião do Santos, era o titular, mas uma lesão impediu-o de participar na prova e deu a oportunidade a Neto, da Fiorentina, assumir a posição. No lado direito da defesa temos Rafael, que já é titular no Man Utd de Alex Ferguson, e Danilo, dono dessa posição nos bicampeões do FC Porto. Paralelamente, Marcelo está na esquerda defensiva desta equipa, bem como no Real Madrid de José Mourinho. Como suplente, Alex Sandro, um jogador que evoluiu muito desde que chegou a Portugal e que crescerá ainda mais como substituto de Álvaro Pereira. Thiago Silva está no eixo e já é considerado por muitos um dos melhores centrais do mundo, acompanhado por Juan, jovem de 21 anos que o Inter de Milão fez questão de juntar às suas fileiras.
Agora no meio-campo. O tridente é de luxo e é formado por Sandro (Tottenham), Oscar (Chelsea) e Lucas Moura (São Paulo). Se o jogador que será treinado por André Villas-Boas já mostrou excelentes credenciais na Premier League, Oscar convenceu recentemente os campeões europeus do Chelsea a dar mais de 30 milhões pelo seu passe e Lucas Moura tem feito o Man Utd suar bastante para conseguir algo semelhante. Ganso é um suplente de luxo e está na rota do Arsenal e do FC Porto, Bruno Uvini parece encher as medidas a Villas-Boas no Tottenham e Rômulo assinou esta época pelo Spartak de Moscovo.
No ataque, são dispensadas apresentações. Neymar é o porta-estandarte desta geração e o grande candidato da opinião geral a suceder Messi e Ronaldo como figura de topo do futebol mundial. Leandro Damião marca golos às carradas no Internacional de Porto Alegre, Alexandre Pato é dono de uma qualidade superior, mas tem sofrido imenso com leões e, por último, Hulk, do FC Porto, o homem dos 100 milhões de euros, que tem colocado a Europa em alvoroço.
Olhando para esta equipa vejo muita qualidade, muita técnica e, essencialmente, imensa margem de progressão. Sei também que, mais tarde ou mais cedo, todos estes jovens acabarão no futebol europeu e crescerão enquanto futebolistas. Cumprida esta condição, sempre com um acompanhamento próximo dos seus futuros clubes, tenho a certeza que o resultado será apenas um: vitórias, vitórias, vitórias. Afinal estamos a falar dos pentacampeões do mundo!
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