O presidente da UEFA, Michel Platini, afirmou hoje que nada impedirá o avanço do “fair-play” financeiro, sistema em que as despesas dos clubes de futebol não podem ser superiores aos ganhos e que será aplicado a partir da época 2014/15.
“Não recuaremos na decisão, com PSG ou sem PSG”, disse o dirigente, num encontro matinal com a Imprensa, no Mónaco, questionado sobre os 130 milhões de euros aplicados pelo clube francês [adversário do FC Porto no Grupo A da Liga dos Campeões] em transferências, na atual janela do mercado.
Platini disse ter “falado com todos os grandes patrões de clubes europeus, até mesmo com os do Manchester City, em Abu Dabi”, revelando que “irão respeitar o fair-play financeiro”.
“Mas, pelos vistos, alguns não estão nessa disposição e o nome citado [Paris Saint-Germain] poderá estar entre esses”, concluiu o dirigente.
Segundo Platini, “quem não respeitar as regras terá problemas, sejam franceses, ingleses ou georgianos”, reforçando que “não haverá recuo na decisão”, a qual considera ser “uma revolução no futebol europeu”.
“Permitimos um período de três, quatro anos para que as coisas fossem ao lugar. Agora é hora de começar a trabalhar nesse sentido”, disse o dirigente.
Com dados justificativos da medida, o secretário-geral da UEFA, Gianni Infantino deu a entender que existe “estabilidade financeira nos clubes europeus, mas as perdas em 2011, foram de 1.700 milhões euros”.
“Nota-se uma quebra na atividade das transferências no atual mercado, admitindo-se que, na janela de inverno, a baixa será de 20 por cento, comparada com o período 2008/11”, revelou Gianni Infantino.
O responsável afirmou ainda que, apesar desta fase do mercado não ter ainda encerrado, “já se nota uma quebra a rondar os 22 por cento, comparando com iguais períodos de 2008/11”.
No enquadramento das regras do fair-play financeiro, as primeiras sanções, a aplicar a partir da temporada 2014/15, passarão por simples advertências, mas poderão ir até à exclusão dos clubes nas provas organizadas pela UEFA.