O Governo vai dar dispensa aos funcionários públicos que sejam bombeiros voluntários para ajudarem no combate aos incêndios, revelou hoje o ministro da Administração Interna (MAI), que recusa a ideia de que pediu ajuda externa tarde demais.
“Hoje de manhã, em articulação com o Ministério das Finanças decidimos tomar uma outra medida: conceder dispensa de serviço a todos aqueles que sendo funcionários públicos sejam também bombeiros voluntários e sejam requisitados pelas respectivas corporações de bombeiros”, disse Miguel Macedo.
O governante falava aos jornalistas no final do briefing com o comandante operacional nacional, Vítor Vaz Pinto, na sede da Autoridade Nacional de Protecção Civil.
Ao fazer um balanço da situação no terreno, o ministro disse que continua “muito difícil do ponto de vista meteorológico” e adiantou que estão no terreno “meios pesados que ontem [segunda-feira] foram solicitados”, bem como “todo o fortíssimo dispositivo da protecção”.
Por isso, disse estar confiante de que, “com o trabalho que hoje se vai desenvolver, se possa minorar algumas das situações mais difíceis”.
Miguel Macedo não considera que o pedido de ajuda ao Mecanismo Europeu de Protecção Civil tenha sido feito muito tarde, afirmando que “foi pedido quando foi necessário pedir”.
“Nesta situação difícil o que fizemos, e bem, do ponto de vista preventivo, logo que identificámos uma situação meteorológica mais complicada foi accionar em tempo esses meios para que hoje possam estar no terreno”, acrescentou.
Os quatro aviões (dois espanhóis que chegaram segunda-feira e dois franceses que chegaram hoje) estão ao serviço de Portugal durante 48 horas, que podem ser prorrogadas, indicou o MAI.
O ministro admitiu pedir mais meios ao Mecanismo Europeu de Protecção Civil se for preciso, mas considera que, “para já, os que existem são os necessários”.
O governante recusou também que a austeridade seja uma das causas para a difícil luta contra os incêndios e frisou que existem mais meios que existiam no ano passado.
“Temos para esta época um dispositivo superior do ponto de vista dos meios aéreos àquilo que tínhamos o ano passado. E de homens”, disse.
“Na fase Charlie, as equipas que temos são em maior número dos que as do ano passado. Não houve nenhuma restrição, pelo contrário houve um reforço dos meios que aéreo, quer humanos”, acrescentou.