Dois pontos em nove possíveis. É esta a realidade sportinguista em mais um inicio de época, muito idêntico ao dos anos anteriores. Sem qualquer campeonato ganho nos últimos dez anos e sem qualquer título nos últimos quatro, o Sporting vive uma completa crise existencial, marcada por enormes divergências de opiniões dentro da massa associativa e da própria estrutura do futebol leonino.
Mas quais são, afinal, as grandes diferenças entre o Sporting e os seus adversários? Apesar da entrada de Godinho Lopes para a presidência do clube de Alvalade, as mudanças no que concerne aos títulos ganhos e à cultura de vitória da equipa foram mínimas. O Sporting está melhor, mais forte, mas essa melhoria é ainda insuficiente para competir com os seus adversários directos: Benfica, Sp. Braga e FC Porto. A principal diferença passa pela qualidade e maturidade dos plantéis. O Sporting contrata jogadores jovens, excedentários nos seus clubes anteriores, numa tentativa de os potencializar e os tornar jogadores de grande calibre. Se a qualidade está lá, a maturidade e entrosamento entre a equipa é ainda muito baixa.
E é por aí que começa o insucesso da turma de Alvalade: falta de entrosamento completo (existe plantel, falta a equipa competitiva que todos os sportinguistas anseiam), dependência enorme em certos jogadores (Carrillo e até mesmo Elias são os nomes que mais se destacam), uma defesa algo “quebrada”, com jogadores de baixa estatura (agora nem tanto) e que dá muitos espaços aos avançados adversários e um futebol algo “pálido” no sector mais avançado da equipa (Alvalade grita por um avançado de renome há já vários anos).
Nos últimos anos, Alvalade viveu também um período de mudanças constantes de treinador. Embora nada benéfico para o clube, serviu para desenganar muitos que diziam que Domingos Paciência e Paulo Sérgio eram bons treinadores, e fez ainda que muitos sentissem verdadeiras saudades de Paulo Bento, um técnico que foi completamente crucificado pela massa associativa leonina. Hoje os comandos estão na mão de Sá Pinto, treinador que considero ideal para um clube em ascensão como o Sporting. Não se pode pensar já em títulos, goleadas e finais de competições europeias. É necessário, primeiro, incutir o espirito de campeão e de vitória, do Sporting com história que durante anos assombrou os seus rivais. E é aí que Sá Pinto ocupa o papel fundamental de educar o jovem plantel para o sucesso. Com muitos anos de casa e ainda um período como treinador das camadas jovens da escola verde e branca, Sá Pinto sabe como motivar, sabe como agir contra as adversidades e tem o tónico ideal para devolver ao leão o seu rugido.
O Sporting conta nas suas fileiras com vários jovens craques e jogadores com créditos firmados. Wolfswinkel é o goleador de serviço, que tem agora a ajuda do jovem argentino Viola. Nas alas, o essencial Carrillo, faz as delícias dos adeptos e, na esquerda, Labyad ainda tem muito para mostrar. No miolo do meio-campo Izmailov em forma é sinónimo de vitórias, Elias tem tudo para explodir esta temporada, contando ainda com Pranjic, recém chegado a Alvalade. A defesa é composta por Insúa, Rojo, Boulahrouz e o jovem português Cédric, uma das indicações de que o Sporting está atento aos seus jovens craques, formados nas suas escolas e o futuro do clube passa pela aposta nesses mesmos “miúdos”. Na baliza contam com Rui Patrício, que recentemente renovou com o clube
Em suma, existe muita qualidade neste Sporting 2012/2013, mas então porque não surgem vitórias? Quais as soluções a curto prazo para mudar a situação? Quais os reforços necessários e quais os excedentários? Sá Pinto é a solução ideal para os comando do clube?