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Liga Zon Sagres: Sporting 2-2 Estoril (comentário)

O Sporting empatou hoje 2-2 com o Estoril, em jogo da quinta jornada da Liga de futebol, a jogar com um sistema ''à Jorge Jesus'', para o qual não tem rotinas nem colocou intensidade para o tornar eficaz.

Sá Pinto já tinha operado uma revolução na equipa no jogo anterior, frente ao Gil Vicente, ao lançar vários jogadores pouco utilizados e ao alterar o sistema de jogo, adotando um 4x1x3x2 que nunca tinha testado em competição.

Essa revolução constituiu uma jogada de alto risco que seria culminada com sucesso no derradeiro quarto de hora da partida, período em que o Sporting deu a volta ao resultado, depois de ter estado a perder desde os sete minutos da primeira parte.

Desta vez, frente ao Estoril, Sá Pinto ousou ainda mais, ao jogar num 4x4x2, que se transformava num 4x2x4 quando a equipa ganhava a posse de bola, sistema que não utilizara até agora, acabando por esbanjar mais dois pontos, cedendo um empate caseiro com sabor a derrota, depois de ter estado a perder por 2-0.

Houve duas diferenças fundamentais em relação ao jogo com o Gil Vicente: a primeira foi que o Sporting não foi capaz, desta vez, de jogar com a mesma alma e, sobretudo, pôr semelhante intensidade ao jogo, pressionando desde o primeiro ao último minuto, e a segunda o facto de o Estoril ter tido a capacidade, ao contrário dos gilistas, de ter posse e circulação de bola.

Essa circunstância deveu-se à boa qualidade individual e coletiva dos jogadores do Estoril, mas foi facilitada pelo sistema de jogo apresentado pelos “leões”, com um meio-campo económico, reduzido ao trinco Rinaudo e ao criativo Izmailov, forçado a jogar em terrenos mais recuados, longe da zona de decisão, no último terço do campo, onde a sua criatividade e passes de rutura podem fazer a diferença.

É verdade que Capel e Carrilo recuavam quando a equipa perdia a bola para fazer o ''quatro'' do meio-campo, mas estes dois jogadores não têm vocação, nem disponibilidade, nem disciplina tática para ''fecharem'' e equilibrarem a equipa nessa zona do terreno. O Estoril controlou a posse de bola durante largos períodos da primeira parte, ganhando supremacia no ''miolo'', tendo cometido quatro faltas contra 14 do Sporting, o que é sintomático da forma como a partida decorreu.

O Benfica, de Jorge Jesus, joga assim há três anos, mas para o sistema ser eficaz é necessário que a equipa seja capaz de pressionar alto durante largos períodos do jogo, com grande intensidade, jogar com as linhas subidas, recuperar a bola em terrenos mais adiantados, forçar o adversário a cometer erros e saber aproveitá-los.

Ora, o Sporting não está rotinado neste sistema, pelo que não surpreendeu que a equipa não tenha sido capaz de o assimilar tão rapidamente.

O Sporting deixou sempre muitos espaços entre linhas, por onde o Estoril soube trocar a bola, uma vez que a equipa não subia em bloco, com a defesa muito atrás, distante do meio-campo e este do quarteto atacante. A complicar a situação dos leões, o Estoril chegou ao golo nos descontos da primeira parte, através de uma grande penalidade cobrada por Steven Vitoria.

Para os “leões” poderem dar a volta ao jogo na segunda parte teriam de ser capazes de aumentar significativamente a intensidade, mas a equipa não teve capacidade para ser tão pressionante.

O Sporting não conseguiu aumentar a intensidade, a despeito de ter introduzido maior agressividade ofensiva, e as coisas complicaram-se ainda mais quando Luís Leal fez o segundo golo, aos 56 minutos, na sequência de um pontapé de canto a favor dos “leões”, em que a defesa “leonina” foi apanhada numa situação de inferioridade numérica (3x2) de contra-ataque.

Após este golo, os “leões” tiveram um “bónus” do árbitro, que expulsou Gonçalo, que viu o segundo amarelo presumivelmente por ter pedido um cartão para um jogador “leonino”, e arrancaram para a última meia hora com mais um jogador e com Jeffrén e André Martins em campo, em detrimento do ineficaz Capel e de Xandão.

O Sporting ainda conseguiu, aproveitando o previsível recuo das linhas estorilistas, minimizar os danos, com dois golos, o primeiro um autogolo de Anderson e o segundo por Wolfswinkel, a desviar um cruzamento de André Martins, mas desperdiçou mais dois pontos em casa.

Programa da jornada

Sexta-feira, 28 de Setembro de 2012
Paços Ferreira - Benfica, 1 - 2
V. Guimarães - Sp. Braga, 0 - 2

Sábado, 29 de Setembro de 2012
Sporting - Estoril, 2 - 2
Rio Ave - FC Porto, 2 - 2

Domingo, 30 de Setembro de 2012
Olhanense - Nacional, 1 - 2
Gil Vicente - Moreirense, 4 - 3
Beira-Mar - V. Setúbal, 1 - 1
Marítimo - Académica, 0 - 2

Confira aqui tudo sobre a competição.

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