O Benfica perdeu hoje com o FC Barcelona por 2-0, em jogo da segunda jornada do grupo G da Liga dos Campeões em futebol, num encontro em que o argentino Lionel Messi fez a diferença.
A verdade é que o Benfica conseguiu resistir meia parte ao poderio coletivo dos catalães, mas não foi capaz nesse período de travar o talento do melhor jogador do mundo, Lionel Messi, a quem o FC Barcelona ficou a dever o único golo que marcou antes do intervalo e mais duas oportunidades soberanas de aumentar a vantagem.
Por outras palavras, o astro argentino foi o fator de desequilíbrio enquanto o Benfica conseguiu manter um certo equilíbrio, mas a diferença individual e coletiva cavou-se de forma inexorável na segunda parte, na qual ficou patente que o FC Barcelona está num patamar muito superior ao dos “encarnados”.
Os catalães cedo se adiantaram no marcador, logo aos seis minutos, por Aléxis Sánchez, após um desequilíbrio provocado por Messi, cuja aceleração à linha Maxi Pereira não foi capaz de travar, permitindo o cruzamento rasteiro para a entrada da pequena área, onde surgiu o chileno a encostar para o fundo das redes.
O Benfica não acusou, aparentemente, o golpe e manteve a estratégia que trazia, a qual requeria, além de muito disciplina e rigor tático, paciência e transições rápidas quando o “Barça” perdesse a bola - e sabe-se que os catalães não a perdem muitas vezes, o que obriga a ser-se eficaz quando isso acontece.
Jorge Jesus tinha afirmado na antevisão do jogo que não era possível ao Benfica, nem a nenhuma equipa do mundo, dividir o jogo com o FC Barcelona, que iria ter de correr atrás da bola e que só era possível travar o adversário com um bom posicionamento coletivo defensivo e, mesmo assim, não era garantido, porque os catalães têm jogadores capazes de tirar dois ou três adversários da frente e comprometer.
O treinador encarnado trocou o habitual 4x1x3x2 e arrumou a equipa num 4x5x1, com uma zona de cinco médios em linha, em marcação zonal aos adversários, incluindo Messi, que nunca teve um ''polícia'' em cima, com as linhas defensiva e média muito próximas para formar um bloco compacto e defender logo à saída do seu meio-campo.
A verdade é que durante a primeira parte o Benfica conseguiu equilibrar o jogo em várias fases, a despeito do tempo superior de posse de bola dos catalães, feita sobretudo em zona recuada, atrás das linhas defensivas encarnadas, e sair muitas vezes em contragolpe, como aos 11 minutos, quando Gaitán ofereceu a Lima o golo, mas a ''mancha'' de Valdés evitou o empate.
Esta foi a única oportunidade flagrante de golo dos encarnados em todo o jogo, o que é sintomático, mas deixou sempre no ar a ideia de o Benfica ser capaz de causar mossa na defesa catalã, pese embora Messi ter criado mais dois ou três lances, em que o golo rondou a baliza de Artur.
O “Barça” chegou ao intervalo a vencer com mérito, mas não estava a esmagar o Benfica, tão pouco a marcar uma superioridade clara, apesar de ter mais posse de bola, por vezes quase a adormecer os jogadores “encarnados” para os surpreender com passes longos de rutura para as costas da defesa encarnada e para as desmarcações de Pedro, Messi ou Aléxis Sánchez.
Na segunda parte, Jesus fez uma alteração que se revelou manifestamente prejudicial à equipa, ao trocar Enzo Pérez por Carlos Martins, que teve um rendimento fraco, do qual se ressentiu a equipa.
Messi abriu a segunda parte com um passe magistral a isolar Aléxis Sánchez na cara de Artur, mas o remate roçou o poste, e aos 55 minutos atraiu quatro jogadores do Benfica, que não foram capazes de lhe tirar a bola, e abriu a passadeira para Fàbregás aumentar a vantagem para 2-0.
A partir daí, o Benfica quebrou animicamente, a equipa perdeu coesão e solidez no seu posicionamento defensivo, baixou os níveis de agressividade nas marcações, e deu-se início ao ''show'' do FC Barcelona que justificou o preço elevado dos bilhetes e a deslocação à Luz dos amantes do futebol.
Jesus ainda lançou a meia hora do fim Aimar, que até entrou bem no jogo e trouxe alguma lucidez e capacidade de pôr a bola no chão e sair com ela jogável, e Nolito, que nada acrescentou, mas os catalães tinham o jogo controlado e deu até para dar alguma competição a Iniesta, que vem de uma lesão, lamentando apenas a, aparentemente grave, lesão de Puyol.