A fé nos mambas era imensa. Toda a nação acreditava no apuramento para a CAN, depois da vantagem de dois golos conseguida na primeira eliminatória. Contra todas as expetativas, Marrocos goleou em casa (4-0) e apurou-se. Miro e Feizal Sidat fizeram questão de pedir desculpas, mas não se esqueceram de referir uma lamentável atuação da equipa de arbitragem.
«Não há palavras que digamos que possam consolar os nossos adeptos. Falhámos, temos de assumir», afirmou o capitão de equipa. O presidente da Federação Moçambicana de Futebol partilhou o mesmo sentimento.
«Ainda não acredito no que nos aconteceu. Tínhamos a CAN na mão depois da vitória em Maputo (2-0). Nem tenho dormido. Esta terça-feira, no regresso a Moçambique, queríamos muito fazer a festa, mas não será possível. Pedimos desculpa aos moçambicanos», referiu, antes de se atirar à equipa de arbitragem.
«Quando pensávamos que tínhamos tudo controlado, a arbitragem teve um papel preponderante. A grande penalidade que dá origem ao 0-2 e à expulsão do Miro não existe. Aliás, as imagens mostram que o árbitro não viu qualquer falta, foi o assistente que levantou a bandeira e mal deu tempo ao árbitro para apitar, já que começou logo a correr para o local onde os auxiliares ficam nas grandes penalidades. O árbitro acabou por ir atrás», acusou, citado pelo jornal A Bola.
Miro, que esteve envolvido diretamente no lance, também teve oportunidade para se defender.
«O primeiro amarelo que vi foi um exagero, já que não perdi tempo. No segundo caso, estou a proteger a trajetória da bola, ele é que vem contra mim e por mais que conseguisse desviar-me o marroquino nunca chegaria à bola, que foi agarrada pelo nosso guarda-redes. Aquela decisão, além de injusta, matou-nos. No fundo, todos sabemos que em África acontecem muitos milagres...», terminou, deixando no ar a ideia de que os árbitros favoreceram propositadamente Marrocos.
No fim, Marrocos goleou por 4-0 e virou a eliminatória total a seu favor, conseguindo um agregado de 4-2. Moçambique ficou fora da CAN. Cabo Verde e Angola, as outras equipas que representam os PALOP, tiveram mais sorte e estarão em janeiro na África do Sul.