Brasileiros recebem formação para trabalharem no Mundial2014

''É um momento único, a gente tem de aproveitar mesmo'', disse à Lusa o estudante de Educação Física Edvaldo Ferreira Queregatte, 33 anos, que ingressou este ano num curso técnico de monitor de recreação.

O estudante faz o curso técnico, gratuito, ao lado de pelo menos outras 12 pessoas, que, desinibidas, aprendem a teoria e simulam brincadeiras de roda, cantam músicas infantis e competem em jogos que serão, posteriormente, aplicados por eles em crianças, jovens e adultos.

O curso de monitor de recreação é um dos vinculados ao Programa de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego para o Mundial2014, o Pronatec Copa, criado pelo Governo brasileiro com o objetivo de qualificar 240 mil profissionais até 2014, para atender aos esperados 600 mil turistas estrangeiros e três milhões de brasileiros que devem viajar pelo país durante o evento.

Atualmente, há 372 mil pessoas com inscrição confirmada no Pronatec, e 110.545 pré-matrículas realizadas, informa o Ministério da Educação.

Os 2.257 cursos, gratuitos, são oferecidos em 30 áreas, entre hotelaria, alimentação, aluguer de veículos, transporte, idiomas e marcação de viagens, em diversos estados brasileiros. No caso de Queregatte, as aulas são no centro de São Paulo, numa sede do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), administrada pela Confederação do Comércio.

Para os empresários que desejam qualificar os seus funcionários, há o Pronatec ''In Company'', com 52 cursos ministrados no próprio local de trabalho, atualmente em 119 destinos.

A proximidade do Mundial2014 é o principal fator que atrai alunos para os cursos. A estudante de pedagogia Maria Creuza Santos, 36 anos, contou à Lusa ter visto o anúncio sobre aulas de monitor de recreação na televisão, numa publicidade com o ex-jogador de futebol Cafú.

''O curso e minha faculdade complementam-se e, se eu puder trabalhar com recreação, vai ser ótimo, porque vou ter qualificação para isso'', disse.

Também aluna de recreação, a estudante de turismo Daphini Zuchini Nagg, 20 anos, não tem como foco único a qualificação para o Mundial, mas para o mercado de trabalho. No entanto, considera o evento uma ''boa oportunidade'' para encontrar uma vaga.

Além do Governo Federal, estados e municípios também estão a preparar-se para receber o Mundial. No caso de São Paulo, há cursos de idiomas disponíveis para funcionários do Metro, com 300 atualmente em aulas, para trabalhadores do Mercado Municipal e para guardas-civis.

O governo municipal também oferece um programa de capacitação que, segundo a prefeitura, atendeu cerca de quatro mil profissionais ligados ao turismo, como taxistas, polícias militares, guias e agentes de viagem.