O vice-presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) revelou hoje a preocupação com o fim do policiamento em jogos de juvenis e inferiores, por normalmente serem dirigidos por “juízes” mais jovens.
“Preocupa-nos bastante essa situação. Já tentámos sensibilizar a Federação Portuguesa de Futebol, mas já percebemos que o Governo não vai voltar atrás nesse decreto-lei e agora temos de arranjar formas de assegurar que não haja incidentes connosco, árbitros, mas esta é uma situação que envolve todos os agentes desportivos”, afirmou José Fontelas Gomes, em declarações à Lusa.
Na sexta-feira entra em vigor o decreto-lei 216/2012, que refere que “nos espetáculos referentes a competições de escalões juvenis e inferiores, quando realizadas em recinto, em regra, não deve ter lugar o policiamento”.
O documento acrescenta que caso o policiamento seja requerido, “de forma justificada”, os encargos são “suportados pelos respetivos promotores”.
“Há algumas interpretações diferentes do decreto-lei, uma delas é a de que nos campeonatos distritais possa não haver policiamento em jogos de seniores e juniores, mas aquilo que percebemos é a de que envolve os encontros de juvenis e inferiores. Esse é um problema que estamos a tentar resolver”, explicou José Fontelas Gomes.
O dirigente da APAF reitera que a “primeira preocupação passa pelos árbitros mais jovens, que ainda estão a crescer e cuja mentalidade não é tão forte como nos adultos”.
“Preocupamo-nos que alguma coisa possa acontecer, que os possa fazer abandonar a arbitragem ou não saibam gerir as situações que, sem policiamento, possam surgir”, concluiu.
José Fontelas Gomes assumiu a presidência da APAF durante a suspensão do mandato de Gustavo Sousa, que vigorou entre 14 de agosto e até domingo.