Sporting empata com Genk e continua sem vencer na Liga Europa

Pouco antes de Van Wolfswinkel inaugurar o marcador, o titular da baliza leonina evitou o 0-1 aos 64 minutos na cara de Joseph Monrose, o 1-1, só com Ngonca pela frente, por duas vezes, aos 72 e 76 minutos, e outra ainda só com Plet pela frente.

Quatro situações soberanas de golo feito que Rui Patrício anulou, a que se juntou ainda outra, aos 69 minutos, quando Vossen, num remate de bicicleta no coração da área, sem oposição, rematou a centímetros do poste.

O guarda-redes leonino só não foi capaz de compensar os sucessivos erros defensivos dos seus companheiros ao minuto 90, quando o mesmo Plet fez o golo do empate na sequência de um cruzamento do lado esquerdo, em que Cédric falhou na cobertura do seu flanco.

A verdade é que o Sporting esteve quase a quebrar um ciclo de sete jogos consecutivos sem vencer, mas com mais uma exibição na linha das que tem feito, depois de Wolfswinkel ter finalmente quebrado o ''jejum'' de golos, aos 64 minutos, já depois de Schaars ter visto o cartão vermelho por acumulação, aos 59.

De resto, essa expulsão reflete bem o descontrolo emocional em que se encontram a maioria dos jogadores do Sporting, quando um jogador com a experiência do holandês faz uma entrada de carrinho junto à linha lateral na zona de meio-campo, tendo já um cartão amarelo.

A equipa tarda em apresentar qualquer melhoria e nem as ''chicotadas psicológicas'' surtem qualquer efeito numa equipa cujo estado anímico tem afetado os jogadores, que não conseguem libertar-se das amarras da inibição e da tremenda falta de confiança.

Vercauteren mexeu no sistema de jogo, trocando o 4x3x3 pelo 4x4x2, com Viola a fazer dupla com Wolfswinkel na frente, e um meio-campo com um duplo pivot (Elias/Schaars) e dois alas, Labyad e Capel, mas a alteração não evitou uma primeira parte de baixíssimo nível.

O Sporting foi uma equipa com medo de assumir o jogo, com os jogadores muito estáticos, sem dinâmica para criar linhas de passe, como se tivessem medo de ter a bola, fugindo dela.

Quando a equipa saía a jogar de trás, invariavelmente os centrais eram forçados a meter bolas diretas na frente, condenadas a perder-se para o adversário.

Em consequência da falta de dinâmica e de ligação no seu jogo, e da previsibilidade que isso acarreta, o Sporting não criou uma oportunidade de golo na primeira parte, sendo que os únicos momentos em que conseguia sacudir o jogo decorriam de acelerações de Capel, o melhor jogador do Sporting a seguir a Rui Patrício.

A sensação que ressaltava para as bancadas era a de que o Sporting só faria um golo num lance fortuito ou muito feliz, enquanto o Genk controlou o jogo como quis e foi a única a criar uma oportunidade flagrante de golo, aos 22 minutos - mais uma vez pelo lado de Cédric - que Rui Patrício evitou com mais uma defesa a remate de Gorius, em boa posição na área.

Na segunda parte, o Sporting melhorou ligeiramente, por ter colocado um pouco mais intensidade no jogo, pressionando mais à frente e com maior agressividade na recuperação da bola, sobretudo graças a Elias, até que Schaars foi expulso.

No entanto, cinco minutos depois, Wolfswinkel fez o golo quando não se esperava, mais uma vez graças a um lance de inspiração de Capel, e de repente o Sporting apanhou-se em vantagem no marcador. Vercauteren tirou Viola e lançou Gelson para o duplo pivot com Elias, por forma a reequilibrar a equipa.

A perder e em superioridade numérica, o Genk subiu as linhas, encostando o Sporting junto à sua área, e as oportunidades de golos ''começaram a cair'', porque os jogadores leoninos, além de não serem capazes de segurar a bola, começaram a cometer erros fatais em zonas proibidas, junto à sua área, com particular destaque negativo para Cédric e Xandão.

Rui Patrício foi adiando o inevitável, a ponto de se acreditar que o Sporting sairia com uma vitória ''caída do céu'', mas o guarda-redes leonino já não conseguiu evitar o empate ao minuto 90+1, depois de Cédric, mais uma vez mal colocado, ter permitido um cruzamento fatal para a área.