A Associação de Futebol de Lisboa (AFL) decidiu hoje, após reunião com os clubes filiados, manter a suspensão de todas as provas e campeonatos distritais por si organizados, elogiou o Ministro Miguel Macedo e criticou a federação.
A decisão do Ministério da Administração Interna (MAI) de estabelecer um regime transitório para a entrada em vigor do Decreto-Lei 216/2012, que retira a obrigatoriedade de policiamento em competições desportivas de escalões juvenis e inferiores, conhecida na sexta-feira, através de um comunicado da direção da FPF, não fez alterar a posição da AFL, tomada em reunião com os clubes na quarta-feira, de suspender com efeitos imediatos as competições por si organizadas.
“O pacote de medidas aprovadas na reunião de 07 de novembro mantém-se totalmente em vigor, até que a FPF nos responda e esclareça determinadas questões que vimos colocando há muito tempo e às quais não temos tido resposta”, disse o presidente da AFL, Nuno Lobo, após a reunião realizada hoje, na sede do organismo, com os clubes filiados.
O presidente da AFL deu “um prazo à FPF, até ao final do dia da próxima terça-feira” para esta esclarecer, bem como o MAI, “o que entendem pela suspensão temporária” do Decreto-Lei 216/2012, de 09 de outubro, se a mesma “corresponde a um dia, um mês ou seis meses” ou, como a própria AFL solicitara, se “terá validade até ao início da próxima época desportiva”.
Nuno Lobo levantou, ainda, outras questões à FPF: “Por que é que os custos do policiamento, em vez de baixarem, como o presidente da FPF tanto gosta de dizer à saída dos estádios do Norte, como sucedeu ontem (sexta-feira), têm vindo a aumentar? Por que é que as tabelas do futebol profissional estão a ser aplicadas em vez das tabelas do futebol não profissional aos clubes do distrito de Lisboa?”
“Mediante a resposta que a FPF nos der até ao final do dia da próxima terça-feira, manteremos ou revogaremos a decisão de suspender os campeonatos”, disse Nuno Lobo, escudado no apoio dos clubes de Lisboa no sentido da direção da AFL decidir na próxima quarta-feira o que achar mais conveniente em função da resposta da direção federativa.
Tão crítico de Fernando Gomes e seus pares, o líder da associação lisboeta elogiou o Ministro da Administração Interna, Miguel Macedo: “Saudamos o senhor Ministro por ter a sensibilidade, por conhecer e preocupar-se com os problemas do futebol. Criticámo-lo nos últimos 15 dias, mas foi a primeira entidade a reconhecer que Lisboa e os seus clubes enfrentam problemas com a implementação do Decreto-Lei 216/2012”.
Ao mesmo tempo, perante uma sala repleta de representantes dos clubes lisboetas, Nuno Lobo manifestou a sua “tristeza” por aqueles que “não foram solidários e que deviam estar na primeira linha da luta dos clubes amadores em Portugal”, ou seja, “a FPF”.
“Não deixa de ser estranho que durante três semanas estivessem todos remetidos ao silêncio e que a 48 horas da entrada em vigor do Decreto-Lei, a FPF, pasme-se, venha reivindicar uma vitória que não é sua”, disse Nuno Lobo, que agradeceu às associações de Leiria e Setúbal pelo apoio a nível nacional, ao compreender que o problema de Lisboa era também o seu problema.