A morte de Luís Carreira hoje na qualificação do Grande Prémio de Motos, integrado no Grande Prémio de Macau, vai marcar a 46.ª edição da prova que, desde 2005, não assistia a uma tragédia do género.
Considerado um dos mais difíceis do mundo, o circuito da Guia é uma pista urbana sem grandes escapatórias e onde os rails e os muros são uma constante e um perigo, principalmente nas corridas de motos.
No Grande Prémio de 2005 tinha perdido a vida o francês Bruno Bonhuil, aos 45 anos, devido a um despiste na curva do Hotel Madarim, embatendo com a sua Suzuki violentamente contra os rails de proteção, naquela que é descrita como a zona mais rápida da pista.
No dia anterior, Bonhuil tinha alertado que sentia problemas na moto que não conseguia resolver.
Na curva dos Pescadores, onde ocorreu o acidente de Luis Carreira, os pilotos chegam à zona de travagem a cerca de 230 quilómetros por hora e fazem a curva a cerca de 120 quilómetros por hora.
No entanto, a violência do acidente do piloto português obriga a organização a substituir os rails de proteção, o que habitualmente apenas acontece quando há acidentes com carros.
Em 1994, também no Grande Prémio de Motos, o japonês Katsuhiro Tottiori morreu na segunda manga da prova.
O japonês seguia sozinho na reta entre a curva dos Pescadores e a curva R quando uma paragem violenta da moto, devido a um problema mecânico, o projetou para fora da pista, tendo embatido nas rochas junto ao mar e falecido no local.
Mas as mortes em acidentes no Grande Prémio de Macau não aconteceram apenas nas corridas de motos, já que em 1967 Dodje Laurel, o piloto filipino que maior projeção internacional conquistou, acabaria por falecer depois não conseguir descrever a curva do Clube Marítimo, hoje curva do Hotel Mandarim, e ter embatido num poste de iluminação pública, capotando o carro que se incendiou de imediato.