O governo russo propôs hoje, em projeto lei, a introdução de interdições temporárias dos estádios para os adeptos violentos, no combate aos múltiplos incidentes de ''hooliganismo'' que se têm sucedido, na antecâmara do Mundial de 2018 de futebol.
Segundo as agências russas, o vice primeiro-ministro para o desporto, Dmitri Kozak, defendeu a proibição da entrada de adeptos violentos em recintos desportivos durante um mês, em reunião com o primeiro-ministro, Dmitri Medvedev.
Kozak acrescentou ainda que a interdição devia ser ''vitalícia'' para os adeptos reincidentes nas infrações dentro dos estádios.
Medvedev sublinhou que a segurança dos atletas e adeptos é ''prioridade'' na Rússia e por isso é importante encontrar ''medidas equilibradas'' que distingam quem vai ao estádio para ver um encontro de futebol de quem vai apenas para praticar atos de violência.
''Os ‘hooligans’ devem ser severamente punidos, especialmente agora que a Rússia vai sediar grandes eventos desportivos nos próximos anos'', acrescentou Medvedev, referindo-se aos Jogos Olímpicos de inverno de 2014 (cidade russa de Sóchi) e o Mundial de futebol em 2018.
Referindo-se ao projeto lei, que será discutido, e provavelmente aprovado, em janeiro pela câmara baixa do Parlamento russa (Duma), Dmitri Kozak acrescentou que ''todos os estádios serão equipados com câmaras para garantir uma vigilância vídeo, a fim de identificar com facilidade os autores das infrações''.
O anúncio destas novas medidas surge após o mais recente caso de violência no país, com a lesão do guarda-redes do Dínamo de Moscovo, atingido na face por um petardo.
O engenho explosivo foi lançado da bancada por um adepto do Zenit de São Petersburgo, num jogo disputado a 17 de novembro, a contar para o campeonato russo.
O Zenit, onde alinham os portugueses Bruno Alves e Danny, foi punido com derrota por 3-0 no jogo em questão e dois jogos à porta fechada.