O FC Porto conquistou num relvado repleto de neve, em Tóquio, o seu primeiro título mundial, faz quarta-feira 25 anos, graças a um triunfo por 2-1 sobre os uruguaios do Penãrol, após prolongamento.
Um golo do argelino Rabah Madjer, aos 110 minutos, selou, a 13 de dezembro de 1987, a vitória portista na Taça Intercontinental, que opunha o vencedor da Taça dos Campeões Europeus ao da Taça Libertadores da América.
Num embate que esteve para não se realizar na data prevista, devido à neve, o FC Porto, comandado por Tomislav Ivic, marcou primeiro, pelo “capitão” Fernando Gomes, aos 42 minutos, mas Viera forçou o tempo extra, aos 80, ao bater o polaco Mlynarczyk.
O génio de Madjer, que decidiu o jogo com um “chapéu” que a neve quase evitou que se transformasse em golo, materializou o segundo grande título internacional dos “dragões”, pouco mais de seis meses após a vitória continental, em Viena.
Então, na final da Taça dos Campeões, face ao Bayern de Munique, Madjer também já tinha sido o grande protagonista, ao marcar o golo do empate, aos 78 minutos, anulando tento inicial de Kögl, aos 24, e assistir o brasileiro Juary para o 2-1 final, aos 80.
Quando, em Tóquio, arrebatou a Taça Intercontinental, entretanto transformada em Mundial de clubes e alargada aos clubes campeões dos outros continentes, o FC Porto estava igualmente a “meio” de arrebatar a Supertaça Europeia, face a um triunfo por 1-0 em Amesterdão, face ao Ajax.
A 24 de novembro de 1987, um golo de Rui Barros valeu aos portistas o triunfo na Holanda, que viria a ser repetido a 13 de janeiro de 1988, nas Antas, então com um tento de António Sousa.
De todas as conquistas portistas, antes ou depois, a mais memorável acaba, porém, por ser a de Tóquio, sobretudo face às condições atmosféricas, que transformaram o encontro numa verdadeira batalha, debaixo de neve e muito frio.
O jogo, na madrugada portuguesa, esteve mesmo para não se realizar, mas o árbitro austríaco Franz Wöhrer acabou por se decidir pela realização do mesmo.
Como a bola dificilmente rolava, acabou por ser um embate de pontapé para a frente, de luta e de espírito de sacrifício, também para aguentar o frio.
A três minutos do intervalo, Fernando Gomes, que devido a lesão falhara a final da Taça dos Campeões, inaugurou o marcador, ao empurrar a bola junto ao poste direito da baliza uruguaia, depois de um remate de Madjer que ficou preso na neve.
Os portistas, a partir dos 61 minutos com um meio-campo reforçado (Quim entrou para o lugar de Rui Barros), foram segurando a preciosa vantagem, mas, aos 80, Viera restabeleceu a igualdade, na sequência de um canto.
Até final do tempo regulamentar, o 1-1 manteve-se, para, no prolongamento, aparecer Madjer a decidir, com um longo “chapéu”, depois de roubar a bola amarela ao último defesa uruguaio (Trasante), isto após um pontapé para a frente de Sousa.
Com muita determinação, o FC Porto segurou a vantagem e Fernando Gomes levantou a primeira Taça Intercontinental do futebol português, com Rabah Madjer a receber as chaves de um Toyota, o prémio para o melhor jogador em campo.
Ficha do Jogo:
Jogo no Estádio Nacional de Tóquio.
FC Porto – Peñarol, 2-1.
Ao intervalo: 1-0.
No final do tempo regulamentar: 1-1.
No final da primeira parte do prolongamento: 2-1.
Marcadores:
1-0, Fernando Gomes, 42 minutos.
1-1, Milton Viera, 80.
2-1, Rabah Madjer, 110.
Equipas:
FC Porto: Mlynarczyk, João Pinto, Lima Pereira, Geraldão, Inácio, André, Jaime Magalhães, Sousa, Rui Barros (Quim, 61), Gomes e Madjer.
Treinador: Tomislav Ivic.
Peñarol: Eduardo Pereira, Marcelo Rotti, Obdulio Trasante, José Herrera (Jorge Gonsalves, 95), Alfonso Domínguez, José Perdomo, Eduardo Da Silva, Diego Aguirre, Daniel Vidal, Jorge Cabrera (Gustavo Matosas, 46) e Milton Viera.
Treinador: Óscar Tabárez.
Árbitro: Franz Wöhrer (Áustria).
Assistência: Cerca de 45.000 espetadores.