O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, confirmou hoje ter remetido para a Polícia Judiciária um “envelope” que continha uma denúncia contra o árbitro auxiliar José Cardinal, com o objetivo de credibilizar a modalidade.
“Sempre disse que lutaria por todos os meios para a credibilização e que no dia em que soubesse de algum caso imediatamente o entregaria às autoridades. Nesse caso, eu tinha tomado posse no dia 17 [de dezembro de 2011], estava na FPF no dia 20, recebi um envelope e passado 48 horas estava na Polícia Judiciária a entregar um envelope”, recordou Fernando Gomes, em entrevista à agência Lusa.
Dois dias depois, o árbitro assistente José Cardinal, que estava nomeado para o jogo entre Sporting e Marítimo, dos quartos de final da edição de 2011/12 da Taça de Portugal, acabou por ser substituído pelo Conselho de Arbitragem da FPF.
A mudança de auxiliar, na equipa de Artur Soares Dias, ficou a dever-se à denúncia do presidente do Sporting, Luiz Godinho Lopes, junto do presidente da FPF sobre a suspeita de suborno ao árbitro assistente, com base numa carta anónima que lhe teria sido endereçada, contendo um talão de depósito bancário no valor de 2.000 euros.
Na sequência desta denúncia, Fernando Gomes contactou a Polícia Judiciária, que deu início a investigações que conduziram à descoberta do autor do depósito, um funcionário da empresa Primus-lex administrada pelo então vice-presidente do Sporting Paulo Pereira Cristóvão.