Gritos de ''Vai Corinthians'', lágrimas e abraços marcaram os festejos da vitória da equipa brasileira no Mundial de clubes de futebol, tendo milhares de adeptos assistido ao jogo na sede da claque organizada, em São Paulo.
A equipa representante da América do Sul no torneio venceu na final, disputada hoje em Yokohama, Japão, os ingleses do Chelsea por 1-0 e sagrou-se bicampeã mundial. A conquista ocorre apenas cinco anos após o Corinthians ter sofrido o seu pior revés: a queda para a segunda divisão do Campeonato brasileiro.
''Aqui tem um bando de loucos, louco por ti Corinthians, para aqueles que acham que é pouco, eu vivo por ti Corinthians'', cantavam os adeptos durante o jogo.
Dentro da sede da claque Gaviões da Fiel, cerca de cinco mil pessoas assistiram, em pé, à partida, num grande ecrã adaptado ao local. Na rua em frente à sede, um outro ecrã foi colocado e outros milhares de adeptos procuravam o melhor local para ver à final.
A claque, a 18 mil quilómetros de distância do Japão, sentia-se no estádio. E, de alguma forma, fazia a sua vibração chegar, com bandeiras e gritos: ''Vira o jogo, pô'', ''boa, Danilo'', ''toca a bola, mano'', protestavam e incentivavam os adeptos, falando diretamente com os jogadores. Em cada ataque do Chelsea, a multidão tremia as mãos para afastar o rival e enviar boas vibrações à defesa.
Aline Silva, 19 anos, foi à sede da Gaviões da Fiel com a filha Milene, de seis meses. ''Desde que estava na barriga ela vinha ajudar a gente a torcer, está acostumada com o barulho'', afirmou.
Conhecidos como ''sofredores'' no Brasil, os corintianos honraram a fama até os 24 minutos da segunda etapa, muitos deles roendo as unhas e rezando, até que saiu o golo do peruano Paulo Guerrero.
Na comemoração, fogos de artifício e músicas da equipa já conhecidas nos estádios: ''Festa, festa na favela'', festejou a claque.
A adepta Mirella Almeida, 26 anos, disse que sua emoção era ''indescritível''.
''Senti o meu coração sair pela boca, chorei, gritei, rezei. Mas em todo o momento acreditei'', contou.
Cássio, o guarda-redes da equipa, foi o mais aclamado pela claque que ficou no Brasil. Ele, que receberia a taça de melhor jogador do torneio, fazia os adeptos vibrarem a cada parada.
A sede da claque ficou pequena para a festa corintiana, que ganhou as ruas, com bandeiras e fogos de artifício e muitos gritos de ''Vai, Corinthians'', a saudação mais comum entre os adeptos.