O AC Milan abandonou o amigável com o Pro Pátria aos 26 minutos, ontem, depois do médio Boateng ter decidido recolher aos balneários por insultos racistas (os adeptos da claque adversária imitavam macacos). Clarence Seedorf, agora no Botafogo, mas durante muito tempo jogador dos milaneses, defende que a equipa não deveria ter dado caso a uma minoria de adeptos mal educados.
«A única coisa que ele fez foi dar importância e chamar à atenção para um pequeno incidente, da responsabilidade de um pequeno grupo de pessoas. O que deveria ter sido feito era identificar as pessoas em causa e tirá-las do estádio. Mesmo que fosse a claque toda do Pro Pátria, era a claque toda que era retirada», começou por dizer, justificando a sua opção com o facto da maioria do público nada ter que ver com o assunto.
«As outras pessoas no recinto não tinham culpa. Noventa por cento das pessoas que lá estavam não tinham culpa alguma e assim podiam continuar a assistir ao espetáculo. Deixar o campo não sei se era o ideal. Deu um sinal de insatisfação, é verdade, mas já aconteceu antes e não acredito que vá mudar alguma coisa», comentou o médio de 36 anos, que se mudou para o Botafogo no verão.
Também hoje, sobre o mesmo incidente, o presidente do clube, Sílvio Berlusconi, garantiu que o AC Milan voltará a abandonar o campo de jogo quando se repetirem estes insultos racistas. Seja qual for a importância da partida.