José Fontelas Gomes vai protagonizar a única candidatura à presidência da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), disse hoje à Agência Lusa o presidente da assembleia-geral daquele organismo, António Sérgio.
O prazo para a entrega das candidaturas aos órgãos sociais da APAF terminou às 18:00 de hoje, tendo sido entregue apenas uma lista candidata.
Fontelas Gomes, árbitro de terceira categoria que integrou a direção anterior da APAF como vice-presidente e é também árbitro internacional de futebol de praia, disse à Agência Lusa que ''a prioridade do mandato'' será ''tentar melhorar as condições de trabalho dos árbitros, nomeadamente dos das distritais''.
''A nossa prioridade será melhorar as condições de trabalho dos árbitros, de modo a que estejam mais bem preparados quando chegarem à 1ª divisão'', sublinhou Fontelas Gomes, que integra na sua lista nomes como os árbitros internacionais Pedro Proença, Duarte Gomes, Carlos Xistra e Artur Soares Dias.
As outras duas questões mais prementes no mandato que vai iniciar serão ''a fiscalidade e o policiamento''.
Em relação a esta questão, admite mesmo uma tomada de posição “mais ríspida” por parte dos árbitros, caso o Governo não seja sensível aos argumentos relativamente à necessidade de “garantir a segurança” dos árbitros nos jogos de futebol.
O árbitro internacional Duarte Gomes, que integra a lista de Fontelas Gomes como secretário do Conselho Deontológico e Disciplinar, também abordou a questão, mas prefere não falar ''em medidas de força'' para que o bom senso venha a imperar.
“A APAF tem de ter capacidade de diálogo e de argumentos para convencer as autoridades que a medida não é feliz, tratando-se de um desporto que desencadeia paixões tão exacerbadas”, disse o juiz lisboeta, para quem o policiamento ''visa a segurança dos árbitros, mas também dos outros agentes desportivos e do público''.
Duarte Gomes fez o elogio de Fontelas Gomes, dizendo acreditar na equipa que este lidera, depois das provas que deu “num período de transição e conturbado” da APAF, e realçou a diversidade do elenco, ao integrar “árbitros internacionais, distritais, de Norte a Sul do país, representativos de várias sensibilidades e com vasta experiência acumulada”.
Sobre a questão da fiscalidade, o candidato à presidência da APAF defendeu que os árbitros ''devem ter um regime de exceção'' em matéria de cobrança de impostos dos rendimentos provenientes da atividade arbitral em função da ''especificidade que a caracteriza e distingue das demais''.
A lista, cujo lema é “Uma APAF de todos”, tem como vice-presidente da direção Pedro Peixoto, enquanto a Mesa da Assembleia Geral é presidida pelo árbitro portuense Artur Soares Dias e o Conselho Fiscal por António Taia. Mas é o Conselho Deontológico e Disciplinar que reúne os nomes mais sonantes, a começar por Pedro Proença, indigitado para a presidência do órgão, seguido dos árbitros Duarte Gomes (secretário), João Ferreira (vogal) e Carlos Xistra (vogal).
As eleições na APAF ocorrem depois de Gustavo Sousa ter apresentado a demissão da presidência da estrutura em 24 de novembro, após ter suspendido, entre 14 de agosto e 04 de novembro, o mandato válido até 2014, altura em que foi substituído interinamente pelo então vice-presidente José Fontelas Gomes.
Com a cessação dos órgãos sociais, a AG eleitoral para o organismo ficou marcada para o próximo dia 08 de fevereiro, altura em que os “quase 1.800 associados poderão escolher livremente os novos corpos gerentes” da APAF, disse António Sérgio à Agência Lusa.