A seleção portuguesa de râguebi inicia sábado a fase de qualificação para o Mundial2015, num encontro frente a um “velho conhecido”, a Roménia, adversário que os “Lobos” apenas conseguiram vencer três vezes em quase duas dezenas de confrontos.
«Finalmente chegámos a este momento, o nosso primeiro jogo de qualificação para o Mundial de 2015. Todos sabemos do desafio que temos pela frente e estamos todos ansiosos e focados para enfrentá-lo. Sei que vamos jogar bem no sábado», garantiu o selecionador nacional, o neozelandês Errol Brain, em conferência de imprensa, na sede da Federação Portuguesa de Râguebi (FPR).
No Estádio Universitário de Lisboa, habitual casa dos “Lobos”, Portugal vai ter pela frente a 19.ª seleção do “ranking” da Federação Internacional de Râguebi (IRB) e um adversário que, em tempos, chegou a “esmagar” a seleção nacional por 92-0 (1996).
Ao todo, Portugal, 22.ª de hierarquia, já defrontou a Roménia por 19 vezes, tendo apenas vencido em 2003 (16-15), 2009 (22-21) e, mais recentemente, em 2011 (24-17).
«Vamos estar no nosso melhor, dar o nosso melhor e se todos conseguirmos fazer isso, o resultado vai ser positivo», considerou o capitão da seleção portuguesa, João Correia.
O talonador do GD Direito, médico de profissão, defendeu que Portugal tem «boas possibilidades» de imitar o feito único de 2007 e voltar a marcar presença num Mundial, desta vez em 2015, em Inglaterra.
«Quando nos qualificámos em 2007, partimos como ‘underdogs’, ninguém dava nada por nós e, de repente, ganhámos nove jogos em 10. Estamos outra vez nesse patamar. As seleções mais fortes já não olham para nós como um adversário assim tão complicado e é um fator a nosso favor. Podemos lutar com essas equipas ombro a ombro», explicou.
Mesmo assim, para João Correia, passado quase seis anos da inédita presença na maior competição mundial de râguebi, o «amadorismo» continua a ser o maior obstáculo da seleção portuguesa.
«Desde o Mundial2007 houve uma forte aposta na seleção de XV, a FPR tem feito tudo dar melhores condições. Mas mantém-se o problema do amadorismo. Os jogadores fazem das tripas coração para poderem treinar», disse.
No seu caso, João Correia teve que meter um dia de férias na véspera do encontro com a Roménia e, durante a semana, tem que associar o seu trabalho de médico num hospital de Lisboa, que inclui bancos de 24 horas, com as sessões de treinos.
«Vou dormindo de vez em quando. Às vezes faço umas sestas de uma horinha ou duas no hospital», brincou o talonador.
Neste encontro com a Roménia estará também sob avaliação o futuro de Errol Brain no comando dos “Lobos”, já que o técnico neozelandês termina contrato com a FPR em março.
«O contrato depende, como em todos os casos profissionais, dos resultados como é natural», confirmou o presidente do organismo, Carlos Amado da Silva.
Após o encontro de sábado, que está agendado para as 15h00, Portugal desloca-se à Geórgia, a 09 de fevereiro.