José Fontelas Gomes, que encabeçava uma lista única de candidatura à presidência da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), para um mandato de três anos, foi eleito sexta-feira com 169 votos favoráveis e dois brancos.
A votação decorreu em 14 mesas espalhadas pelas cidades de Lisboa, Porto, Almada, Viana do Castelo, Fafe, Castelo Branco, Évora, Portimão, Braga, Porto de Mós, São João da Madeira, Coimbra, Tomar e Portalegre.
Fontelas Gomes manifestou, em declarações à Agência Lusa, a sua satisfação pela “maior afluência de sempre” nas eleições para a APAF, não obstante o facto de concorrer uma única lista.
O presidente eleito destacou, após a vitória eleitoral, como prioridades da APAF as questões do policiamento dos jogos, da fiscalidade que incide sobre os rendimentos dos árbitros no âmbito das suas funções e a melhoria das condições de trabalho dos juízes das divisões inferiores.
Na questão do policiamento, Fontelas Gomes espera, através do diálogo, sensibilizar, quer a FPF quer o Ministério da Administração Interna, para este problema, que se tem agudizado nas divisões inferiores, nas quais se têm registado várias agressões a árbitros.
O novo presidente da APAF acredita que será “encontrada uma solução”, sem necessidade da classe que representa “adotar medidas mais radicais”.
Em relação à fiscalidade, Fontelas Gomes aludiu à taxação dupla que incide sobre o subsídio de alimentação e de quilometragem dos árbitros: “Somos taxados pela FPF quando pagamos esses serviços e quando passamos os recibos verdes, quer à FPF quer às associações distritais”.
Acresce, ainda, segundo Fontelas Gomes, a preocupação com o modelo de taxação que incide sobre os jovens árbitros, modelo esse que os afasta do recrutamento numa altura em que o futebol português tanto necessita do aparecimento de novos valores.
Finalmente, Fontelas Gomes prioriza a melhoria das condições de trabalho dos árbitros das categorias inferiores e a implementação do profissionalismo, há tanto tempo discutido e prometido.
“Estamos a analisar e a trabalhar para encontrar um modelo que garanta a sustentabilidade do profissionalismo”, disse Fontelas Gomes, que acredita que este será uma realidade na próxima época futebolística, envolvendo “não a totalidade dos árbitros da primeira categoria, mas, pelo menos, alguns deles”.
A Direção da APAF, presidida por José Fontelas Gomes, tem como vice-presidente, Pedro Peixoto, enquanto a Mesa da Assembleia-Geral é presidida pelo árbitro portuense Artur Soares Dias e o Conselho Fiscal por António Taia. Mas é o Conselho Deontológico e Disciplinar que reúne os nomes mais sonantes, a começar por Pedro Proença, indigitado para a presidência do órgão, seguido dos árbitros Duarte Gomes (secretário), João Ferreira (vogal) e Carlos Xistra (vogal).