As negociações entre o governo norte-americano e Lance Armstrong falharam devido a desacordos quanto à indemnização a pagar à US Postal Service, patrocinadora da equipa do antigo ciclista, informou hoje o seu advogado.
«Lance e os seus advogados trabalharam de maneira construtiva nas últimas semanas com juízes federais para resolver este caso de forma justa, mas as negociações falharam no ponto de saber se a US Postal Service sofreu danos», explicou um dos advogados de Armstrong, Robert Luskin, num comunicado.
Também hoje, o departamento norte-americano da Justiça decidiu juntar-se à acusação por fraude interposta por Floyd Landis, antigo colega do norte-americano na US Postal, revelaram vários meios de comunicação norte-americanos.
Landis instaurou uma queixa contra o ex-recordista de vitórias na Volta a França, em que o acusa de ter enganado os contribuintes e o governo norte-americanos ao camuflar um programa de dopagem na equipa US Postal e de ter gastado ilegalmente dinheiro público.
«A US Postal mostrou através dos seus próprios estudos que o grupo lucrou consideravelmente com este patrocínio, gerando um total de mais de 100 milhões de dólares», justificou Luskin.
Se Armstrong, que em janeiro confessou, numa entrevista a Oprah Winfrey, o seu passado de doping, for considerado culpado pode ter de pagar cerca de 90 milhões de dólares (cerca de 68,300 milhões de euros), ou seja, três vezes o que o governo investiu na equipa de ciclismo.
O processo de Landis apoia-se na lei norte-americana sobre as falsas declarações, que autoriza um particular a processar uma pessoa ou uma empresa por ter defraudado o governo federal e receber entre 15 a 30 por cento do dinheiro recuperado.
Lance Armstrong foi oficialmente desclassificado das suas sete vitórias no Tour (1999-2005) e irradiado do desporto pela Agência norte-americana antidopagem (USADA), que o acusou de ter participado «no programa de dopagem mais sofisticado da história do desporto».