O presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, Mário Figueiredo, responsabilizou hoje o Governo pelos recentes incidentes no estádios, argumentando que “é preciso encontrar novos atores” para a tutela do Desporto.
Para Mário Figueiredo, “a lei tem dispositivos que permitem atuar e banir os desordeiros dos recintos desportivos”, pelo que exige que a mesma seja aplicada “com mão pesada”.
“Parece que a tutela anda mais preocupada em defender o monopólio, o abuso da posição dominante e em aproveitar-se do futebol do que em servir, com sentido de Estado e responsabilidade, o setor que mais promove Portugal”, disse o dirigente, numa declaração aos jornalistas, esta tarde, na sede da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).
Para Mário Figueiredo, são necessárias “pessoas credíveis, que se unam em torno dos interesses dos clubes e do futebol, e está na altura de encontrar novos atores para a tutela desportiva em Portugal”.
“Há uma aliança para destruir a Liga e que tem como ponta de lança os próprios responsáveis pela tutela do desporto em Portugal. Hoje assistimos a acontecimentos alarmantes, que lamentamos e condenamos. Mas, há dias, o senhor ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares [Miguel Relvas] disse que há segurança no desporto”, recordou.
Para Mário Figueiredo, “é lamentável que alguns políticos só se sirvam do futebol para passear nas zonas VIP e nada façam para assegurar as condições mínimas para que o espetáculo se desenrole num ambiente de festa e em segurança”.
O dirigente falava poucas horas depois da interrupção, devido a incidentes entre os adeptos, do jogo entre as equipas B do Vitória de Guimarães e do Sporting de Braga, a contar para a 29.ª jornada da II Liga, e apontou o dedo à permissividade na legislação que permite que os clubes prescindam de policiamento.
Mário Figueiredo prometeu que “a Liga tudo fará para punir os prevaricadores”, até porque “o novo regulamento disciplinar pune severamente os comportamentos menos corretos do público”.
E voltou ao ataque ao Governo: “A Liga e os clubes estão a ser objeto do maior ataque e do maior desvio de receitas de que há memória [receitas dos jogos sociais e dos jogo online]”.
“Este ministro prefere as luzes das festas e os ambientes de poder a olhar para a realidade”, acusou.
Por fim, exortou os responsáveis políticos a “criar as condições para devolver paz e tranquilidade aos estádios através da adequação e proporcionalidade dos meios de segurança públicos afetos à segurança nos Estádios”.
“Não podemos ter 150 polícias nos estádios quando 30 são suficientes. É o exagero do número de polícias afetos aos jogos que tem compelido alguns clubes – talvez com maiores dificuldades financeiras – a abdicar do policiamento”, argumentou.
Para Mário Figueiredo, “não cumpre aos clubes financiar, com pagamentos de horas extraordinárias, um número exorbitante de forças de segurança pública”.