O candidato à presidência do Sporting José Couceiro disse desconhecer se há risco de Bruno de Carvalho se tornar um Vale e Azevedo por “não saber qual a sua atividade”, apenas o seu passado desportivo, “que é nenhum”.
“Não sei se há esse risco. Nem sei bem qual é a sua atividade. Desportivamente, não tem nenhum passado. O meu é público, toda a gente o conhece”, disse, em entrevista à agência Lusa, José Couceiro, discordando da ideia de que essa ausência de passado possa constituir um trunfo eleitoral para o seu principal concorrente.
O candidato da lista C considera que “é fácil lançar críticas” a pessoas com quem trabalhou “quando não se tem passado”, como é o caso de Bruno de Carvalho, invocando a sua experiência e “know-how” no meio e da equipa que o apoia, que é “mais nova, inovadora e marca a diferença”.
Quanto às justificações de Bruno de Carvalho para só se disponibilizar para dois debates no final da campanha, Couceiro considerou que não colhem.
“É uma questão de estratégia, aquele momento em que aparecem sempre os coelhos da cartola. Eu vou a todos os debates a três, porque entendo que devemos esclarecer os sportinguistas. Ele diz que não quer achincalhar o Sporting, mas nós nunca lhe fizemos nenhum ataque, temos é sido alvo de vários por parte da sua candidatura”, refere.
No último, Couceiro foi acusado de constituir a sua lista em 48 horas e rebate: “Se fizemos esse trabalho em 48 horas, em quatro anos faremos muito mais. Ele teve dois anos para formar a lista e escolheu um presidente da comissão de honra que nem é sócio do Sporting”.
Couceiro nega também o rótulo de candidato da continuidade, por ter desempenhado funções de responsabilidade no clube, garantindo que “esse rótulo é trabalhado por falta de argumentos”, garantindo que a sua “equipa marca a descontinuidade, a rutura com o passado, não só do Sporting mas com os clubes portugueses, em relação ao modelo de gestão”.
“Os comentadores ligados ao FC Porto e Benfica atacam a nossa lista de forma muito visível. Somos a candidatura a abater pelos nossos adversários, o que é sintomático para perceber que somos a melhor solução para o Sporting”, disse José Couceiro, que nega ser o candidato apoiado pela Banca credora do clube ou ser uma segunda escolha depois da resposta negativa dada por Luís Figo a um alegado convite de José Maria Ricciardi, do Banco Espírito Santo (BES).
Couceiro garantiu que “ninguém propôs” que trabalhasse com Luís Figo, com quem, de resto, assegura “não falar há vários anos”, por uma questão de desencontros, “nem mesmo por telefone ou mensagem”.
O candidato da lista C lembrou que Bruno de Carvalho “também já falou” com Ricciardi, com quem teve “várias reuniões”, o que o leva a concluir que o seu adversário “é tanto candidato da Banca” como ele próprio.
Couceiro lembrou que o movimento que deu origem à lista C já se tinha iniciado “muito antes” dos contactos com a Banca, a partir de conversas com Mário Patrício, Diogo Matos e Paulo Frischknecht, constituindo “uma base para o lançamento da candidatura”.
Questionado sobre se o CFO (administrador financeiro) que vai gerir a área financeira na SAD será escolhido pela Banca, Couceiro assegura que a última palavra tem de ser do Sporting e dá o exemplo do Benfica e de Domingos Soares Oliveira.
“É um CFO externo e não houve problema por isso. Foi um processo claro e estamos a falar de um profissional”, alegou o candidato à presidência dos “leões”, admitindo que possa ocorrer uma situação semelhante no Sporting.