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Godinho Lopes não excluiu venda de jogadores que comprou e alimentou

O presidente demissionário do Sporting, Godinho Lopes, não excluiu na sexta-feira a hipótese de vender o passe de um jogador até 23 de março, dia das eleições, para fazer face aos dois meses de pagamentos em atraso.

Godinho Lopes não excluiu venda de jogadores que comprou e alimentou
Futebol 365

“Os atos de gestão são praticados por quem cá está. Comprei 25 jogadores, alimentei todos os outros e vou manter a mesma atitude. Se tiver de vender quem comprei, se tiver de vender quem alimentei, qual é o problema?”, disse Godinho Lopes, após a assinatura de um protocolo entre o Sporting e a Câmara de Loures para a utilização do Pavilhão Paz e Amizade pelos escalões de formação de futsal do clube.

Quando questionado se iria vender o passe do ponta de lança holandês, Ricky van Wolfswinkel, o presidente demissionário dos leões lembrou “não ter pedido dinheiro a ninguém” quando chegou a Alvalade, nem “se ter queixado e ter pago os salários que havia por pagar”.

“Fui eleito há cerca de 24 meses e já paguei 24 salários. A eleição foi dia 26 de março de 2011, dia 27 de manhã tomei posse, dia 28 estava em Alvalade, onde tenho estado todos os dias desde então, paguei os salários no final do mês, sem reclamar, paguei os salários de fevereiro, sem reclamar”, defendeu.

Entrando mais em detalhe, o ainda líder “leonino” contou ter feito, à chegada ao clube, dois pagamentos dos salários dos jogadores, “um do mês de fevereiro no final de março, e outro do mês de março, a 10 de abril”.

“Quando entrei sabia as necessidades e dificuldades que o clube tinha, e em vez de reclamar fui verificar se tinha condições para aceitar o lugar. Tinha, paguei e segui em frente”, observou Godinho Lopes, lembrando que “não veio para a praça pública dizer que recebeu o clube com dois meses de salários por pagar”.

O presidente demissionário acusou ainda uma das três candidaturas de ter colocado nos jornais um documento confidencial que todas assinaram sobre a necessidade de o Sporting garantir uma verba de 25 milhões para fazer face aos compromissos de tesouraria até final da época.

“Sabemos qual delas pôs nos jornais esse documento porque entregámos às três com ligeiras diferenças para perceber quem os meteria cá fora”, disse Godinho Lopes, que não quis revelar, porém, qual das candidaturas quebrou esse compromisso.

Godinho Lopes recordou que nesse documento constava a necessidade dos referidos 25 milhões de euros e recusou a ideia de exercer algum tipo chantagem, porque já tornara claro, em setembro do ano passado, quer à Mesa da Assembleia Geral, quer ao Conselho Fiscal e ao Conselho Leonino, que o clube necessitava de 45 milhões de euros.

Entretanto, o presidente diz ter garantido o dinheiro necessário até ao final do ano passado, como aconteceu desde o primeiro dia, e que transmitiu logo a 02 de janeiro, quando havia pressa em fazer uma Assembleia Geral e convocar eleições, a necessidade dos tais 25 milhões de euros.

“Não quero deixar dificuldades a quem vier. Se tiver condições para resolver, nomeadamente a questão dos 25 milhões, ficarei feliz”, disse Godinho Lopes, que não esquece que o seu projeto para três anos foi interrompido, o que o “impossibilita de o cumprir como se não tivesse sido interrompido”.

Para Godinho Lopes, a sua principal preocupação prende-se com o facto de não ter conseguido concretizar a reestruturação financeira, que era o objetivo para o segundo ano de mandato.

Por outro lado, o líder dos “leões” alegou que o facto de estar demissionário lhe retirou as condições de negociação que teria caso estivesse em plena possa das funções e com tempo pela frente para poder trabalhar.

“Quando afirmei que gostaria de levar a segunda época até ao fim de maio era justamente para pagar as contas até esse mês e poder ser responsabilizado pelos resultados”, disse o presidente leonino, o qual, ao contrário do que tem sido acusado, deixou entender que “não entregará” a chaves do clube no dia seguinte às eleições e que “ficará até ao último dia”.

Segundo ele, a Mesa da Assembleia Geral pediu-lhe, “por favor, que não se fosse embora” até ao último dia das eleições, porque “não sabia como havia de pegar no clube, com as contas por pagar”.

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