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Sporting: Poucos resultados e muitos presidentes

A resignação de Godinho Lopes da presidência do Sporting é o espelho da instabilidade diretiva que se vem acentuando desde a saída de Soares Franco, em 2009, sempre a par dos maus resultados no futebol.

Sporting: Poucos resultados e muitos presidentes

A 23 de março, os sócios do Sporting vão eleger, de entre Bruno de Carvalho, Carlos Severino e José Couceiro, o terceiro presidente do clube no espaço de quatro anos, ao longo dos quais o futebol ''leonino'' profissional não conquistou qualquer título, uma realidade que é, simultaneamente, causa e consequência da crise diretiva e da crise financeira.

Eleito em março de 2011, Luís Godinho Lopes cumpriu apenas dois dos três anos de mandato e o anúncio da sua saída, numa renúncia conjunta dos órgãos sociais, aconteceu quando já estava marcada uma reunião de Assembleia Geral extraordinária com objetivo de destituir o Conselho Diretivo, naquela que é a pior época do futebol do Sporting.

Godinho Lopes foi resistindo às divisões internas, às dissidências, às discordantes vozes do exterior, e até ''varreu'' a estrutura de gestão do futebol, assumindo ele próprio essas funções, mas o peso dos maus resultados conduziu-o à demissão, como sucedeu dois anos antes com José Eduardo Bettencourt.

O seu antecessor não esteve mais de 19 meses no cargo e também ele viveu períodos polémicos na gestão do futebol, como as saídas de Liedson e João Moutinho ou o choque com Costinha, então diretor para futebol, tendo sempre o mau desempenho desportivo como pano de fundo.

A chegada de Bettencourt aconteceu depois de um período de quatro anos de relativa estabilidade, durante o qual praticamente Soares Franco comandou o clube em “aliança” com Paulo Bento, um treinador que não foi campeão, mas que conseguiu manter sempre no ar essa expectativa, com quatro segundos lugares, além de ter conquistado a Taça de Portugal duas vezes e a Supertaça outras tantas.

Soares Franco e o seu antecessor, Dias da Cunha (2000-2005), foram presidentes não sufragados, mas sim cooptados, o que permitiu ao clube manter uma linha de estabilidade no rumo determinado por José Roquette, que disse ter encontrado o clube na bancarrota quando foi eleito em 1996.

Com Roquette, o mais indiferente às flutuações emocionais do futebol, e com Dias da Cunha, o Sporting atravessou o período mais equilibrado das duas últimas décadas: constituiu a SAD, construiu o novo estádio e foi campeão duas vezes, a primeira das quais em 2000, pondo fim a 18 anos de jejum, e ainda ganhou uma Taça de Portugal e uma Supertaça, chegando à final da Taça UEFA.

Para trás tinham ficado cinco presidentes, Amado de Freitas (1986-1988), Jorge Gonçalves (1988-1989), Sousa Cintra (1989-1995) e Santana Lopes (1995-1996), que em 10 anos deixaram apenas uma Supertaça e uma Taça de Portugal, depois do profícuo consolado de João Rocha, o mais duradouro líder ''leonino'', com três campeonatos ganhos, o último dos quais em 1982, e três edições da Taça.

Aquele que, no momento da sua morte, há duas semanas, foi lembrado como o melhor presidente da história ''verde e branca'', dirigiu o clube durante 13 anos, entre 1973 e 1986, um período sem paralelo de então para cá, ao contrário dos seus principais rivais.

Nesse domínio, os 31 anos de presidência de Pinto da Costa e a clara hegemonia desportiva do FC Porto são inigualáveis, mas também o Benfica, depois do mais conturbado período pós-João Santos, encontrou estabilidade com nove anos de liderança de Luís Filipe Vieira, enquanto o emergente Sporting de Braga se elevou à condição de ''quarto grande'' sob o comando de uma década de António Salvador.

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