O jogador ganês do AC Milan Kevin Prince Boateng vai encontrar-se com o presidente da FIFA, Joseph Blatter, a pedido do mesmo, para discutir aspetos relacionados com a luta contra o racismo no futebol.
No passado mês de janeiro, Boateng liderou o abandono do terreno de jogo por parte dos jogadores do AC Milan, num jogo particular contra o Pro Patria (quarta divisão italiana), depois de ter sido alvo de insultos racistas.
Dois dias depois, Blatter desaprovou o comportamento do médio ganês. “Sair do relvado? Não. Não acho que seja essa a solução”, disse o suíço ao jornal The National, do Catar.
“É um problema delicado, mas, repito, haverá tolerância zero para o racismo nos estádios. Devemos lutar contra isso”, declarou o presidente da FIFA, que afirmou ainda que a solução deverá passar pela “dedução de pontos ou qualquer coisa semelhante”.
Por sua vez, o presidente da UEFA, Michel Platini, já tinha tomado partido da ação de Boateng e dos seus colegas, em relação ao jogo contra o Pro Patria, citando as regras da UEFA que punem insultos racistas nos estádios.
“Se o árbitro ouvir gritos racistas, o jogo é suspenso por um minuto e é feito um apelo ao público pelo sistema sonoro do estádio. Se os insultos continuarem, haverá uma suspensão de dois minutos e um novo apelo. À terceira ocorrência, o árbitro pode dar o jogo por acabado. É o árbitro que manda no estádio”, explicou Platini.
O encontro entre Boateng e Blatter vai ter lugar na sede da FIFA, em Zurique, a 22 de março, 24 horas depois de ser celebrado, em Genebra, o Dia Internacional da Eliminação da Discriminação Racial pela Organização das Nações Unidas, e pouco depois da criação do grupo de trabalho de luta conta a discriminação da FIFA, anunciado por Blatter no início de março.