O presidente do Sporting da Covilhã, José Mendes, afirmou na quarta-feira que irá recandidatar-se se não houver outros candidatos, já que nenhuma lista se apresentou a sufrágio, tendo a Assembleia-Geral Eleitoral sido suspensa até 02 de abril.
''Eu vou resolver o problema do clube'', afirmou José Mendes, presidente há nove anos e que manifestou a intenção de não continuar. ''Se não conseguir outra solução, terá de passar por mim'', esclareceu o dirigente, para quem o desejo é ''passar a pasta a outra pessoa, se for séria''.
Nenhuma lista se apresentou a sufrágio e a Assembleia-Geral Eleitoral do Sporting da Covilhã foi suspensa e será retomada a 2 de Abril, uma decisão tomada por unanimidade.
A próxima equipa, adiantou, terá ''sangue novo''. ''Se cá continuar vou rejuvenescer a direcção'', disse José Mendes.
A reunião magna acabou por se alongar. Apesar de os estatutos não o preverem, para tentar evitar a constituição de uma comissão de gestão, foi dada a palavra aos sócios, para sugerirem soluções.
Alguns dos associados pediram que José Mendes reconsiderasse e foi aprovado, por unanimidade, um voto de louvor à actual direcção. Alguns membros dos órgãos sociais, incluindo o presidente da Assembleia-Geral, Luís Veiga, também tentaram convencer o presidente a continuar no cargo.
''Eu sei que é espinhoso, os seus argumentos são válidos, a hora é difícil, mas acho que deve continuar'', pediu José Pinho, elemento da mesa, para quem ''a direcção não sentiu um apoio directo do órgão máximo do concelho''.
Serra Duarte, o tesoureiro, manifestou-se ''triste'' e ''desmotivado'' com o ''incumprimento'' da Câmara Municipal, por nos últimos três anos não ter transferido os valores protocolados. ''O défice que o Sporting da Covilhã possa vir a ter resulta destes últimos três anos'', salientou.
José Mendes realçou que o Sporting da Covilhã ''representa uma região, uma cidade'', e lamentou que a totalidade das verbas acordadas com a autarquia não tenha chegado, embora se tenha mostrado agradecido com a ajuda dada.
''Nós só devemos porque alguém não nos pagou'', vinca o presidente, que ainda assim diz liderar um clube ''cumpridor'', apesar de prever que isso venha a ser cada vez mais difícil. Na manhã de quinta-feira, José Mendes tenciona pagar os vencimentos de fevereiro.
Nas duas últimas temporadas só metade do apoio camarário orçamentado se efectivou, por parte do subsídio depender da contração de um empréstimo bancário, não concedido. Esta época, dos 50 mil euros aprovados, a autarquia transferiu 36 mil.
Em três anos, o clube diz ter recebido da edilidade 215 mil euros, face a um orçamento anual de 800 mil euros. ''Uma gota no oceano'', lastimou José Mendes. A verba recebida esta temporada, que só chegou já este ano civil, é ''um terço do que é gasto com as camadas jovens''.
Por isso, o presidente considerou ''não estarem reunidas as condições'' para continuar. ''Estou desgostoso, farto disto'', sublinhou. ''Chega, porque isto é um massacre a mim próprio'', transmitiu aos sócios, momentos antes de dizer que não ia deixar o clube ''cair no vazio''.